Economia REFERÊNCIA

Força do Daia ajuda a manter alta da indústria goiana, diz pesquisa

Distrito industrial da cidade é o principal do estado, com empresas que se destacam e colaboram para os números

20/01/2025 15h00
Por: Redação
Foto: Leandro Vieira
Foto: Leandro Vieira

Apesar da retração de 0,7% em novembro, a produção industrial de Goiás apresentou crescimento acumulado de 3,1% no ano e 4,1% nos últimos 12 meses, superando o desempenho nacional. Dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) mostram que, embora novembro tenha registrado quedas significativas em setores como alimentos (-4%), biocombustíveis (-15,8%) e metalurgia (-15,5%), outros segmentos mantiveram a estabilidade e o crescimento no estado, como o farmacêutico (+19%) e o automotivo (+42,9%).  

Em Anápolis, o Distrito Agroindustrial (Daia), um dos principais polos industriais de Goiás, foi destaque. Segundo Marçal Soares, presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sindifargo), a diversidade industrial do Daia tem sido crucial para mitigar impactos de retrações pontuais. "O Daia é um distrito industrial extremamente heterogêneo, com setores como alimentação, farmacêutico, metalúrgico, montagem de veículos e confecção. Quando um setor não vai bem, outro compensa. Na média, o Daia está muito bem", afirmou. 

As indústrias farmacêuticas nacionais, que têm forte representação no Daia, registraram aumento de 4% em unidades de produção e em valor no acumulado do ano. Para Marçal, o crescimento desse setor reflete o fortalecimento das grandes indústrias instaladas em Anápolis. "Essas empresas têm mostrado um crescimento sistemático e importante, sem perspectivas de queda na produção para 2025", pontuou.  

A desaceleração industrial em estados como São Paulo (-4,7% em novembro) não afetou diretamente Goiás, segundo o presidente do Sindifargo. "Goiás é um grande exportador de produtos para outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que são grandes consumidores. Portanto, essas quedas pontuais não têm relevância significativa para o nosso desempenho", explicou.  

A perspectiva para o próximo ano é otimista. "A nova indústria do Brasil (NIB) liberou imensos investimentos para o crescimento industrial, com recursos da FINEP, Embrapi e INDS. Esses bilhões destinados à inovação e produção vão impulsionar ainda mais nossa economia", destacou Marçal.  

Em um cenário onde a média nacional de crescimento industrial foi de 3% em 2024, Goiás se destaca como um exemplo de resiliência e desenvolvimento, com o DAIA consolidando-se como um dos principais motores econômicos do estado.

As indústrias goianas geraram mais de 15 mil postos de emprego em 2024, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
Expansão do Daia

A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) iniciou no último dia 13, a segunda etapa do processo de seleção de empresas para ocupação das áreas remanescentes destinadas à expansão do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA). A licitação está marcada para o dia 11 de fevereiro, às 11h, na sede da estatal, no setor Marista, em Goiânia. Com descontos que podem chegar a 75% no valor do metro quadrado, as empresas interessadas devem apresentar a documentação exigida, sendo posteriormente avaliadas e classificadas conforme os critérios estabelecidos no edital.

Com 1,7 milhão de metros quadrados da nova área do DaiaPlam disponíveis, a expectativa é atrair investimentos que priorizem práticas de governança, sustentabilidade e inovação. Segundo o presidente da Codego, Francisco Jr., a expansão representa um esforço significativo do Governo de Goiás para fomentar o desenvolvimento econômico, oferecer incentivos competitivos e gerar aproximadamente 20 mil empregos diretos e indiretos no estado.

O avanço não se resume a Anápolis. Em 2024, o Grupo José Alves escolheu Goiás para expandir suas operações, com um aporte de mais de R$ 300 milhões para construir a primeira fábrica de detergente em pó da região Centro-Oeste. Já a multinacional israelense Amai Proteins anunciou que pretende investir US$ 125 milhões em Goiás.

A Hochschild Mining, gigante britânica da mineração, concluiu um investimento de R$ 1 bilhão em Mara Rosa, enquanto a Softys aportou US$ 123 milhões na aquisição da Ontex, que fabrica e distribui fraldas e calças geriátricas, em Senador Canedo. A Raízen, por sua vez, em parceria com o governo goiano, vai investir R$ 1,2 bilhão e deve gerar mais de mil empregos com a primeira usina de etanol de segunda geração (E2G) do estado, no município de Jataí.

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