Anápolis TRÂNSITO

Vans escolares pedem liberação para trafegar em faixas de ônibus

Motoristas pedem permissão para trafegar em faixas exclusivas e ampliar acesso a alunos. Tema pode ir ao prefeito

17/01/2025 16h00
Por: Emilly Viana
Foto: Renato Lopes
Foto: Renato Lopes

Motoristas de vans escolares de Anápolis têm um novo desejo para 2025: a liberação para trafegar nas faixas exclusivas do transporte coletivo. A medida, segundo a categoria, traria benefícios como a redução no tempo de deslocamento dos alunos.

Em entrevista ao DM Anápolis, o presidente da Associação do Transporte Escolar de Anápolis (Astrea), Amaury José Nogueira, reforçou que a liberação "daria mais fluidez" para o trânsito anapolino. "Ajudaria bastante a gente. Nem todas as vans passam por esse trajeto, mas aquelas que passam já facilitaria e traria mais fluidez. Então a gente acredita que seria uma opção boa", afirmou.

A Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) informou que considera levar o assunto para discussão com o prefeito Márcio Corrêa (PL). No entanto, a CMTT ressaltou que a questão impacta outros setores da prefeitura e que "deve ser abordada de maneira adequada".

Vale destacar que, na semana passada, o presidente da CMTT, Leonardo Silva, elogiou a coragem da administração de Goiânia ao permitir o trânsito de motocicletas nos corredores de transporte coletivo. No entanto, o gestor ponderou que Anápolis ainda não está no momento certo para adotar uma intervenção semelhante. "Não que o nosso trânsito tenha uma fluidez que não demande intervenções, mas isso é uma coisa que tem que ser estudada de forma com que a gente não gere prejuízo para quem não está condicionado a utilizar a via daquela forma e, de alguma maneira, poder até gerar um prejuízo", disse ao DM Anápolis na ocasião.

O pedido da categoria ocorre em um momento em que o transporte escolar em Anápolis enfrenta desafios como a informalidade e a baixa demanda. O último tópico é apontado pelos motoristas como um reflexo do cenário econômico nacional, que fez com que pais e responsáveis puxassem o freio nas finanças.

"O ano de 2024 para o transporte escolar não foi muito bom. É devido ao momento do país, com as dificuldades financeiras, que acabam atingindo todo mundo, inclusive os pais dos estudantes. Muitas vans vazias, sem a quantidade de alunos completa", contou Nogueira.

É o caso do motorista Ivon Sérgio Ferreira da Luz, que relatou à reportagem dificuldades de chegar ao fim do mês sem ficar no vermelho. "Tem sido difícil. A gente não tem rodado com a van totalmente cheia, já há alguns anos, mas dá para ir sobrevivendo", declarou.

A uma semana do início das aulas, que retornam na próxima quinta-feira (23), Sérgio apontou que a busca pelo serviço no momento é baixa. "Nesse início de ano, houve pouca procura, com alguns perguntando valores somente. A gente espera que na próxima semana esse movimento apareça", aponta. O anúncio de mais vagas em creches da rede pública, com a meta de abrir 2.500 novas matrículas até o fim ano, ainda não surtiu efeito, segundo ele. "A esperança, claro, é sempre de melhora. Mas, por enquanto, estamos vendo uma baixa", concluiu.

FISCALIZAÇÃO

Outra preocupação da Astrea, que reúne 60 permissionários credenciados na CMTT, é a fiscalização do transporte clandestino. A expectativa dos trabalhadores é que a nova gestão municipal intensifique e coíba a prática, que, de acordo com eles, cresce na cidade. "Uma das maiores dificuldades é a quantidade de carros clandestinos, rodando na cidade, prejudicando muito o transporte escolar. Além da perda da receita, tiram a nossa credibilidade com uma prestação de serviço ruim", criticou Nogueira.

O presidente da Astrea explicou que os requisitos exigidos para atuar no transporte escolar em Anápolis garantem segurança e a credibilidade da categoria. "Então é preciso ter carteira categoria D com exercício remunerado, curso de direção defensiva, nada pendente com a justiça e a carteira com no máximo quatro pontos", citou.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Anápolis para obter uma resposta sobre a demanda dos trabalhadores, mas não houve posicionamento até o fechamento desta edição.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.