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Anapolinos avaliam decisão de dar fim a filtros no Instagram

Para psicóloga, medida pode ser um marco e inaugurar uma nova era na autoimagem dos usuários da rede social da Meta

17/01/2025 14h00
Por: Redação
Foto: Reprodução
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O Instagram, sob administração da Meta, encerrou na última terça-feira, os filtros de realidade aumentada (RA) criados por terceiros, decisão que pode transformar a maneira como os usuários se veem nas redes sociais. A medida, inicialmente anunciada em agosto de 2024, limita o acesso a efeitos criados apenas pela própria Meta, uma mudança que levanta questões relevantes sobre a autoimagem dos usuários, especialmente entre os jovens.

Luan Henrique, um usuário do Instagram, expressou sua insatisfação com a decisão, afirmando que muitos filtros proporcionam um empoderamento e é um motivo para interagir nas redes. "Acho que a Meta colocou essa ideia na nossa cabeça, e agora quer retirar os filtros. Por mim, deixariam os filtros e, quem quer usar, usar!", disse ele. Esse sentimento de resistência reflete a conexão emocional que muitos têm com esses efeitos.

Por outro lado, Thalita Barbosa compartilhou sua experiência pessoal, revelando como a utilização de filtros a afetou. "Eu usava o filtro dos cílios, mas fui tirando aos poucos para me acostumar. Agora, não uso mais", contou. Essa transição pode ser desafiadora para muitos, que já se habituaram a ver versões editadas de si, o que pode gerar insegurança ao se depararem com a própria imagem natural.

A psicóloga Fernanda Duarte, especialista em Saúde Mental, destaca que a remoção dos filtros pode ter implicações significativas na autoimagem dos jovens. "Sem os filtros, pode haver uma redução da pressão para atender a padrões irreais de beleza e um aumento da autenticidade", explica. Segundo ela, essa mudança pode encorajar os jovens a se aceitarem como são, promovendo uma autoimagem mais positiva e realista.

No entanto, a transição pode não ser fácil para todos. A psicóloga alerta que, para alguns, o desconforto inicial pode ser significativo, uma vez que muitos se acostumaram a ver-se apenas através de lentes editadas. "A remoção dos filtros pode gerar inseguranças temporárias, mas é um passo importante para maior aceitação pessoal", acrescenta Fernanda.

Ela também explica que a distorção de imagem corporal, frequentemente associada a problemas como transtornos alimentares e baixa autoestima, pode ser tratada com estratégias terapêuticas eficazes. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma delas, ajudando os indivíduos a reestruturarem pensamentos disfuncionais relacionados à autoimagem. "É essencial um acompanhamento multidisciplinar em casos mais graves", destaca.

Embora a remoção dos filtros tenha o potencial de promover uma aceitação mais genuína de si mesmo, Fernanda ressalta que isso depende de diversos fatores. "A diminuição da comparação irreal e a promoção da autenticidade são aspectos positivos, mas ainda existem desafios, como pressões sociais e a necessidade de apoio psicológico", afirma.

Para potencializar os benefícios dessa remoção, a psicóloga sugere estratégias como a educação sobre autoimagem e campanhas que valorizem a diversidade de corpos e rostos nas redes sociais. "É importante criar um ambiente digital acolhedor que incentive a aceitação", conclui.

Assim, a decisão da Meta de encerrar os filtros pode ser vista como um passo importante para a promoção da autoestima e aceitação pessoal, apesar de sua decisão não ter ligação com o impacto na autoimagem dos seus usuários. De acordo com a companhia, a ação faz parte de uma estratégia para concentrar seus investimentos em outras prioridades.

Nos últimos dois anos, a empresa tem ampliado a aposta em tecnologias de computação, como os óculos inteligentes da Ray-ban e o Quest, além de investir na expansão da inteligência artificial em todas as suas plataformas, incluindo o WhatsApp.

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