O engenheiro civil Leonardo Marra, novo presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) de Anápolis, concedeu entrevista exclusiva ao DM Anápolis para apresentar os planos de sua gestão. Com experiência nos Ministérios da Infraestrutura, do Planejamento e dos Transportes, Leonardo destacou ações prioritárias para garantir a segurança e fluidez do trânsito no município, incluindo a reestruturação do tráfego no viaduto do Recanto do Sol, uma das áreas mais críticas da cidade.
Ao comentar sobre a medida polêmica adotada em Goiânia, que permite o trânsito de motocicletas nos corredores de transporte coletivo, Leonardo elogiou a coragem da administração da capital, mas ponderou que Anápolis ainda não está no momento certo para adotar uma intervenção semelhante. Ele defendeu que qualquer mudança no trânsito deve ser amplamente estudada para evitar prejuízos à segurança e à fluidez.
A entrevista completa com Leonardo Marra traz ainda detalhes sobre os esforços da CMTT para modernizar o trânsito em Anápolis, com ações de curto prazo voltadas para sinalização viária e educação no trânsito, além de planos de médio e longo prazo para transformar a mobilidade urbana no município. Acompanhe a seguir:
DM: Qual é a prioridade da gestão para o trânsito neste primeiro momento?
A gente toma ciência da companhia, à luz das competências que a gente já sabe que a agenda de trânsito demanda. A gente vê a alocação de forças para fazer essa gestão de toda essa demanda. E uma coisa que eu observei, que é muito interessante, de entregas que a gente vai ter que já começar a fazer, né, é na parte de sinalização viária, né. Então, querendo ou não, eu quero engajar a equipe para a gente produzir alguns esforços de sinalização viária, no sentido também de educação no trânsito. Isso, assim, mais de curto prazo, né, mas a gente também tem os nossos planos de médio e longo prazo, né. Então, de imediato, é aquela: a gente chegar e querer já mostrar a que viemos.
DM: O tráfego no viaduto do Recanto do Sol é um dos principais gargalos da cidade. Como serão as intervenções para resolver os problemas da região?
Em um primeiro momento, as equipes, tanto da CMTT quanto da Secretaria de Obras e da de Desenvolvimento Urbano, a gente está debruçado em torno de fazer propostas de solução ali para apresentar ao prefeito. É uma demanda de um setor que cresceu muito. Tem muita gente ali que passa, não somente do Grande Recanto do Sol, mas ali do pessoal do Santos Dumont e dos outros bairros que estão ali perto das imediações da base aérea. A gente vai precisar, primeiro, de esforços de redesenho de algumas vias. Nós vamos precisar de implantar sinalização em algumas vias, e eu acho que o principal também vai ser a gente, de alguma forma, seja através da nossa rede social, seja através das nossas parcerias com a imprensa, demonstrar para a população o novo fluxo que a gente pretende implantar. De imediato, a gente está nesse estudo desse redesenho dessas vias, mas, querendo ou não, aqui é um dos maiores gargalos de Anápolis. Então, a gente agora está se debruçando para fazer um redesenho das vias ali e depois contar com apoio, paciência e, acima de tudo, engajamento do cidadão anapolino. Porque mudanças são mudanças. A gente planeja para o bem, mas tem que saber implantá-las, ou acabam virando transtornos.
DM: Goiânia anunciou uma medida polêmica para o trânsito já nos primeiros dias: a liberação do trânsito de motocicletas nos corredores do transporte coletivo. Podemos ver uma medida semelhante para Anápolis?
Olha, realmente, eu reconheço que foi uma medida de coragem da administração da nossa capital aqui para Anápolis. Eu penso que talvez ainda nós não estejamos no nível de implementar uma medida tão, assim, corajosa como a que foi implementada lá. Não que o nosso trânsito tenha uma fluidez que não demande intervenções, mas isso é uma coisa que tem que ser estudada de forma com que a gente não gere prejuízo para quem não está condicionado a utilizar a via daquela forma e, de alguma maneira, poder até gerar um prejuízo. Ainda não tive a oportunidade de falar especificamente sobre isso [com o prefeito Márcio Corrêa]. Então, primeiramente, também, eu gostaria de colher uma percepção dele sobre esse tipo de intervenção.
DM: O senhor é um dos auxiliares com perfil técnico. Que expertise pretende trazer à pasta e que legado deseja deixar à frente da CMTT?
Eu fiz uma pequena reunião com a equipe e falei que ocupar cargos como o que eu estou agora é tipo enfrentar uma corrida de revezamento, em que a gente pega o bastão da gestão anterior, corre um pouquinho e entrega para o próximo. Então, nesse meu momento de corrida, o que eu quero deixar aqui para o cidadão anapolino é a percepção de uma CMTT parceira, de uma CMTT que previne antes de atuar para punir. Eu quero ter muitas ações de educação e conscientização no trânsito, tanto para a parte de velocidade quanto de educação no trânsito, de respeito do maior veículo para atenção com o menor, até mesmo para com os pedestres. Às vezes, nós esquecemos que até os pedestres integram o sistema de trânsito. Então, eu gostaria de deixar esse legado, de uma companhia que é respeitada, não somente pelo seu dever de agir e autuar o mau condutor, mas também uma companhia vista como uma companhia cidadã, que se preocupa com a fluidez e com a segurança viária de todos.