O setor de comércio, tradicionalmente um dos motores da economia em Goiás, tem mostrado números positivos na geração de empregos formais em 2024. Até novembro, o estado acumulou 12.464 novas vagas no comércio, superando as 10.627 geradas em todo o ano de 2023, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No entanto, para se destacar em um mercado aquecido, a qualificação profissional tem sido apontada como fator determinante para trabalhadores que desejam aproveitar as oportunidades disponíveis.
Segundo Ricardo Sousa, diretor da seccional Goiás da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), o comércio é um setor altamente sensível às mudanças tecnológicas e comportamentais. “Fazemos parte de um setor que sente de imediato as mudanças no comportamento do consumidor e o impacto das novas tecnologias. Recursos como redes sociais e inteligência artificial transformaram o modo como interagimos com o público e realizamos os processos internos. Quem não se adapta pode ficar para trás, mesmo em um mercado com muitas vagas disponíveis”, avalia em entrevista ao DM Anápolis.
A inteligência emocional também é uma habilidade valorizada pelos empregadores, especialmente em um cenário onde as demandas por atendimento eficiente e resolução de problemas aumentam. “As novas tecnologias aproximam as empresas do público e agilizam processos, mas não dispensam a boa formação e habilidades humanas. Profissionais precisam ser capazes de resolver conflitos e propor soluções que a tecnologia ainda não oferece”, explica Sousa, que também é diretor geral do Grupo Soares. Para ele, o profissional do comércio precisa dominar ferramentas digitais e, ao mesmo tempo, ter empatia e capacidade de adaptação em situações desafiadoras.
DINAMISMO
Sousa reforça que o setor exige profissionais que compreendam as novas dinâmicas do mercado, que vão além das transações presenciais. “Hoje, o comércio utiliza diferentes plataformas digitais para vendas e atendimento, o que requer que o colaborador esteja familiarizado com essas ferramentas. A formação contínua é essencial, assim como a capacidade de acompanhar as mudanças que ocorrem em ritmo acelerado”, destaca.
A empregabilidade em Goiás também é influenciada por fatores sazonais, como as contratações temporárias no final do ano. No entanto, a retenção de temporários tem crescido, principalmente em segmentos como o comércio de materiais de construção, que apresenta uma demanda mais estável.
“O futuro do setor depende de trabalhadores que consigam unir qualificação técnica, inteligência emocional e capacidade de adaptação. É nisso que as empresas estão de olho, e é aí que estão as melhores oportunidades para quem quer crescer na área”, pondera Sousa.