A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra avanços no mercado de trabalho em Goiás. O estado alcançou a terceira menor taxa de desocupação da série histórica, com 5,8%, em relação ao ano de 2023. O número de pessoas desocupadas caiu de 303 mil, em 2022, para 240 mil, uma redução de 20,9%. Além disso, o contingente de pessoas na força de trabalho subiu 4,9%, chegando a 4,1 milhões.
O levantamento também apontou crescimento na formalização do mercado de trabalho. A taxa de informalidade passou de 42% para 40,9%, uma leve melhora em um indicador que inclui empregados sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem registro e autônomos que não contribuem para a Previdência.
Apesar dos avanços no mercado de trabalho, a desigualdade de rendimentos permanece um desafio. O rendimento médio real do trabalho principal em Goiás foi de R$ 2.891, alinhado à média nacional. Contudo, as diferenças entre gênero e raça persistem.
Homens brancos tiveram rendimento médio de R$ 4.325, enquanto mulheres pretas ou pardas receberam R$ 1.925, menos da metade desse valor. Pessoas pretas ou pardas, independentemente do gênero, tiveram rendimentos médios de R$ 2.377, enquanto pessoas brancas alcançaram R$ 3.780.
CONCENTRAÇÃO
A concentração de renda também foi abordada pelo levantamento. Os 20% mais ricos detêm 54,1% do rendimento domiciliar per capita no estado, enquanto os 10% mais pobres ficam com apenas 1,8%. Segundo o IBGE, Goiás tem a sexta menor concentração de renda do Brasil, mas o índice de Palma, que mede a desigualdade, aumentou de 2,54 para 2,73 em 2023.
Além disso, o estudo mostrou que metade da população goiana tem rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 1.313. Entre pessoas pretas, esse valor é ainda menor: metade da população recebe menos de R$ 1.170. O rendimento mediano entre mulheres pretas ou pardas ficou em R$ 1.116, o mais baixo entre os grupos analisados.
Outro dado relevante foi a análise sobre a pobreza extrema. Em 2023, 1,3% da população goiana vivia com menos de US$ 2,15 por dia, critério usado pelo Banco Mundial para medir a extrema pobreza. O percentual corresponde a 97,4 mil pessoas. Sem programas sociais, esse número subiria para 4,3% da população, ou 316,3 mil pessoas.
POBREZA
Já a linha de pobreza, fixada em US$ 6,85 por dia, incluiu 18,4% da população, ou 1,36 milhão de goianos. Sem os programas sociais, 23,1% da população estaria nessa condição.
Em relação à educação, o estudo apontou que 45% da população com 25 anos ou mais em Goiás não completou o ensino médio. Apesar disso, o estado teve uma redução no percentual de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham. Em 2023, 16,2% dos jovens estavam nessa situação, frente a 19,7% em 2013.