A reação dos condôminos do Aeroporto Civil de Anápolis às novas normas estabelecidas pela Infraero, que passa a gerir o local a partir desta quarta-feira, 27, provocou uma reunião entre a Associação dos Condôminos e Operadores do Aeroporto Municipal de Anápolis (ACOAMA), autoridades políticas e administrativas, e, também, com representantes da Infraero.
Allander Rodrigues Durigon, presidente da ACOAMA, disse que os condôminos [30 empresas que geram 322 empregos diretos e 200 indiretos] veem com “bons olhos” a ascensão da Infraero à gestão do aeroporto. “Só que a chegada repentina da Infraero, com a tributação de pouso e a tributação de metro quadrado de área construída e não construída, traz um impacto repentino financeiro a todos os operadores e condôminos do aeroporto”, disse. Segundo ele, esta situação pode inviabilizar alguns negócios.
A intenção, segundo ele, é que a transição seja feita da forma “mais saudável possível, tanto técnica quanto financeiramente para todo mundo. “A gente tem vários tipos de negócios aqui no aeroporto, escolas de aviação, manutenção de aeronaves, angaragem, escolas de paraquedismo, aerodesporto, abastecimento de aeronaves. E cada uma tem a sua particularidade. Eu falo de uma forma geral. Isso pode impactar para quem faz uma média de 100 a 120 pouso por mês, pode impactar em algo em torno de R$ 20 mil a R$ 30 mil, dependendo da categoria da aeronave”, disse.
O diretor comercial da Infraero, Tiago Faierstein disse que a Infraero ainda está no período de transição do aeroporto. Segundo ele, após a portaria de designação da outorga da Secretaria Nacional de Aviação Civil, outorgando o aeroporto Infraero, existe um prazo legal de 120 dias para essa transição. “Estamos nessa transição, juntamente com a Goinfra, com o Governo de Goiás, e isso deve ser finalizado agora, dia 27 de novembro, que é quando finalizam esses 120 dias. Após o dia 27 de novembro, é que a Infraero realmente assume a administração do aeroporto”, explicou.
Faierstein disse que a intenção da Infraero é “ajudar esse ecossistema, para manter o que for possível dessas empresas aqui, gerando emprego, gerando renda, gerando desenvolvimento com o nosso país”. Lembrou que o Governo de Goiás passou o aeroporto à Infraero. Informou que todo terreno do sítio aeroportuário é da União. Agora, disse, a Infraero assume e vai regularizar todos os espaços. Segundo ele, os condôminos dever tratar com a Goinfra sobre os investimentos que foram feitos por eles no aeroporto, pois não há previsão de ressarcimento por parte da União.
ENCAMINHAMENTO
O diretor comercial da Infraero assegurou que, ouvidos os pleitos dos condôminos, serão levados à Infraero, para consultas ao departamento jurídico, para dar o melhor desfecho à demanda. Confirmou que os condôminos serão tarifados, “assim como a gente faz em todos os nossos aeroportos da rede”. Allander Rodrigues Durigon, da ACOAMA, disse que a presença do diretor comercial da Infraero trouxe alguns esclarecimentos “e, principalmente, abriu a oportunidade de negociação, entre o ente público e o ente privado, para que haja uma transição gradual”, disse.
Segundo ele, a partir de agora será feita uma reunião entre os operadores. “Eu me comprometi com a Infraero para centralizar essa discussão, essa negociação entre o aeroporto, entre os operadores do aeroporto e a Infraero. A gente vai fazer uma discussão, uma mesa redonda entre os operadores daqui e entender a realidade de cada um e fazer uma proposta para Infraero”.
A reunião contou com as presenças dos deputados estaduais Amilton Filho (MDB) e Lineu Olímpio (MDB), o deputado federal José Nelto (UB), a vereadora Andreia Rezende (Avante) e o vereador eleito Ananias Júnior (Agir). A participação das autoridades políticas, segundo o presidente da ACOAMA, ajuda na solução do problema. “Todos eles têm um envolvimento muito grande com o aeroporto de Anápolis, com o estado como um todo. Tem muita influência e pode nos ajudar muito nessa negociação com a Infraero, de forma que essa transição seja gradual”, conclui. (Reportagem de Lucivan Machado)