O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) classificou como “factoides” as discussões em torno do inquérito da Polícia Federal que investiga um plano de golpe de Estado no Brasil. Em entrevista ao portal UOL, ele afirmou que o tema tem sido usado como uma distração dos problemas reais enfrentados pelo país, como a falta de diretrizes econômicas, cortes de gastos e a reforma administrativa.
"O Brasil não faz nada, não tem plano de nada. Está à deriva, sem saber por onde vai, o que fazer. Eu acho que se criam factoides para desviar a atenção do principal, do corte de gastos, da reforma administrativa e outras coisas, e foca-se num assunto como esse, pô. Não está lá? A polícia já não levantou? Não vai ser julgado? Então pronto", declarou o governador.
Caiado também pediu que as pessoas evitem especulações e aguardem o desfecho do processo legal, que tramita sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, o debate prolongado sobre o tema não contribui para a resolução das demandas do país.
"O assunto está sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal, certo? Então vamos aguardar o resultado agora. Se ficar comprovado, vai ser condenado. Mas ficar no achismo, acho que isso não acrescenta em nada. Nós já estamos nessa pauta há dois anos. E vamos continuar mais quatro anos? Ninguém aguenta mais isso. A sociedade está querendo, hoje, em 2026, alguém que resolva os problemas do Brasil", enfatizou.
Quando questionado sobre o impacto político do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 36 pessoas no inquérito da PF, o governador manifestou cansaço com a polarização ideológica que domina o debate político. "Está cansativo esse negócio de extrema para cá, extrema direita para lá. Ninguém está aguentando isso mais. Já cansou", reforçou.
"Eu não perco tempo com algo que não é pauta minha para ser discutida. Agora, esse assunto aí vai ficar sendo remoído. Tem mais um mandato inteiro sem fazer nada no Brasil. Então, acho que a gente precisa sair dessa pauta", completou.
As declarações de Caiado ocorrem em meio à repercussão do inquérito que apura um possível golpe de Estado, envolvendo figuras públicas e militares, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.