Os meses úmidos intensificam a manifestação de doenças respiratórias, especialmente a pneumonia, que tem causado preocupação neste ano e pode se intensificar nesta época. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 246 mil pessoas foram internadas com a doença nos primeiros cinco meses deste ano, resultando em quase 28 mil mortes, cerca de 11% dos casos registrados.
A pneumonia é uma inflamação que atinge os pulmões, afetando a região dos alvéolos pulmonares, onde as ramificações terminais dos brônquios desembocam. Apesar de frequentemente associada a complicações de doenças virais, como a gripe e a covid-19, a enfermidade pode ter diferentes causas e formas de manifestação.
Os sintomas da pneumonia muitas vezes se confundem com os da gripe, como febre, indisposição, secreção e dificuldade para respirar. No entanto, a pneumologista Fernanda Miranda de Oliveira explica que os sinais podem variar. “Os sintomas podem diferir a depender do agente causador da pneumonia e do hospedeiro, apesar de que não há nenhum sintoma que seja exclusivo que um determinado tipo e nem sempre todos os sintomas podem estar presentes”, afirma.
Grupos específicos, como crianças menores de 5 anos e idosos acima de 60 anos, estão mais suscetíveis à doença devido à fragilidade do sistema imunológico. Além disso, pessoas com doenças pulmonares crônicas, como asma e fibrose pulmonar, e aqueles que apresentam condições que comprometem a imunidade também estão entre os mais vulneráveis.
“Os extremos da idade, crianças menores de 5 anos e adultos maiores de 60 anos, por terem um sistema imunológico alterado, são mais suscetíveis às pneumonias. E ainda portadores de doenças pulmonares crônicas como asma, fibrose pulmonar, bronquiectasia, entre outros. E qualquer outra condição que afete o sistema imunológico, que é a defesa do nosso organismo, é fator de risco para pneumonias”, salienta a especialista.
A pneumonia pode ser causada por diversos agentes, como vírus, bactérias e até mesmo substâncias químicas. De acordo com Fernanda Miranda, “existem vários tipos de pneumonias, visto que qualquer microorganismo pode causar pneumonia e às vezes até mesmo ser não infecciosa. As pneumonias mais comuns são as causadas por bactérias e vírus. Existem aquelas mais raras, causadas por agentes químicos, decorrente da inalação de substâncias tóxicas”. O diagnóstico correto depende de uma avaliação médica detalhada, e o tratamento varia conforme o tipo de pneumonia e o quadro clínico do paciente.
PREVENÇÃO
A prevenção da pneumonia passa por cuidados básicos com a saúde. A pneumologista destaca que hábitos saudáveis podem fazer a diferença. “Cuidar da saúde de uma forma geral, com bons hábitos alimentares e de higiene, é uma forma de prevenir as pneumonias. Não fumar também é fundamental. Se for portador de alguma comorbidade, é preciso tomar cuidados adicionais caso a caso. Manter sua caderneta vacinal em dia, com as vacinas contra a gripe e a pneumocócica. As demais vacinas, como contra a coqueluche e sarampo, também são importantes na prevenção das pneumonias”, orienta.
Ela também chama a atenção para a necessidade de evitar locais que favoreçam infecções fúngicas. “Não se expor a locais contaminados com fezes de pássaros ou ambientes úmidos como cavernas, onde residem morcegos, também previnem pneumonias fúngicas”, recomenda. Com o aumento dos casos em períodos frios, especialistas alertam para a necessidade de buscar atendimento médico diante dos primeiros sintomas, evitando complicações que podem levar à internação ou mesmo ao óbito.