“Projeto é do partido, não meu”, diz Hélio ao comentar derrota

Com 2.602 votos, mas sem garantir a reeleição, o vereador Hélio Araújo, presidente do PL em Anápolis, analisou a própria campanha e o futuro da sigla na cidade em entrevista à Rádio Manchester/DM Anápolis nesta quarta-feira, 8. Ele atribuiu o resultado ao foco em um projeto coletivo, visando o fortalecimento do PL e a eleição do prefeito Márcio Corrêa. "Nosso projeto não era do vereador Hélio Araújo, mas do partido, para eleger o máximo possível de cadeiras e dar suporte para o próximo prefeito", afirmou.

Com quase oito anos à frente do PL local, Hélio explicou que a estratégia foi voltada para a construção de uma chapa competitiva que consolidasse a presença do partido na cidade. "Quando reassumi a presidência do partido aqui, praticamente há quase três anos, depois de alguns meses afastado da presidência, nos comprometemos em ter um candidato a prefeito", detalhou. "Desde o começo, quando o senador Wilder Morais pediu para organizarmos o partido e termos candidato a prefeito, nós investimos e trabalhamos muito para isso." 

Como resultado, o PL elegeu dois vereadores - Policial Federal Suender e Jean Carlos - e o prefeito Márcio Corrêa, o que, segundo ele, comprova o sucesso do projeto coletivo. “Em Goiás e no Brasil, o partido se estruturou para obter esse resultado expressivo”, acrescentou, destacando que o PL elegeu 26 prefeitos e 244 vereadores no estado. 

A filiação dos vereadores eleitos ao partido foi uma decisão estratégica, ainda que arriscada, visando consolidar o PL na cidade, conforme ressaltou Hélio. "Alguns vereadores questionaram se foi um erro eu ter trazido dois nomes fortes para o partido, colocando em risco minha reeleição. Mas fiz o que era necessário naquele momento. Nossa prioridade era fortalecer o partido", defendeu.

UNIÃO

O parlamentar apontou a necessidade de coesão entre os vereadores do PL para garantir a governabilidade do prefeito e impulsionar o desenvolvimento de Anápolis. Ao responder sobre os vereadores Suender e Jean Carlos, que indicaram que não seguirão o prefeito em todas as decisões, Hélio expressou a importância de uma “opinião única” entre os membros da legenda. "Não adianta só discutir ou trazer um monte de problemas; precisamos de uma opinião única", disse. Ele destacou, porém, que o diálogo e o respeito às divergências são fundamentais. "Se é ruim, vamos debater; se é bom, vamos construir juntos."

Durante a entrevista, Hélio também mencionou o encontro do PL realizado pelo senador Wilder Morais, que reuniu prefeitos e líderes do partido eleitos em Goiás para reforçar a importância da unidade. "O senador Wilder pediu união aos presentes", relatou Hélio, que também é suplente dO senador. O encontro, segundo ele, serviu para fortalecer os laços internos do partido, com o gabinete do senador colocado à disposição dos prefeitos e vereadores para auxiliar nas demandas municipais.

FUTURO

Questionado sobre um possível convite para assumir cargo na gestão de Márcio Corrêa, Hélio declarou que está à disposição do partido, mas que qualquer decisão nesse sentido precisa ocorrer no tempo certo. "Se o partido achar que posso representar em uma secretaria ou apoiar o senador no estado, os convites existem, mas tudo tem seu tempo certo", afirmou, sinalizando que o foco, por ora, está em apoiar o novo prefeito e fortalecer a atuação do PL na cidade.

No que se refere às futuras eleições municipais e à formação da mesa diretora da Câmara, o parlamentar enfatizou que o apoio dos vereadores eleitos pelo PL ao prefeito será essencial para garantir a governabilidade. Segundo ele, é necessário que todos os membros da coligação conversem com Márcio Corrêa para alinhar as prioridades. "Precisamos discutir com o prefeito. Ele é o principal representante do PL em Anápolis. Todos da coligação, que elegeu nove vereadores, devem conversar com o Márcio e definir um entendimento sobre quem nos representará na Câmara e na mesa diretora", reforçou.

Hélio revelou, ainda, que existe um compromisso interno do partido para que ele possa assumir temporariamente o cargo no Senado. Ele afirmou que a previsão é que isso ocorra em 2026, quando o senador Wilder Morais pretende se licenciar durante a campanha para governador de Goiás. "Na convenção partidária, o senador Wilder Morais reafirmou esse compromisso. Em um momento oportuno, ele quer licenciar-se por quatro meses, permitindo que eu assuma", disse o vereador.