O vice-presidente, corregedor-geral e líder do prefeito na Câmara de Anápolis, vereador Jakson Charles (PSB), em entrevista concedida à Manchester FM/DM Anápolis na sexta-feira, 1º, instado a comentar notícias de bastidores que especulam uma possível permanência na função na próxima administração, disse que, nas conversas que teve agora com o prefeito eleito Márcio Corrêa (PL), “não aprofundamos a conversa no sentido de o que pode ser ou o que deixa de ser, mas ele apenas pediu para que eu estivesse o ajudando a governar Anápolis”.
Jakson Charles, reeleito para novo mandado legislativo com 1.992 votos, afirma que tem uma relação de amizade com Corrêa, “nossa amizade vai além da questão política, somos amigos e, particularmente, torço demais para seu sucesso”. Sobre o pedido do prefeito eleito para que o ajude na gestão, Jakson disse que responder que está “à disposição”. E que “o que ele vai determinar, avaliar qual é o tipo de convite, se é que vai fazer algum convite, não posso afirmar pois não houve essa conversa”.
Na hipótese de ser convidado para fazer parte da base aliada ao prefeito eleito, Jakson Charles disse que não vê qualquer problema, “caso seja de interesse dele, de estarmos auxiliando na base do governo, sem problema algum”. O atual líder do prefeito no legislativo disse que nunca foi um vereador ideológico e entende que as divergências político-partidárias “têm que terminar ao final da eleição, após o resultado todos os políticos que pensam na cidade têm que trabalhar juntos, para que a cidade avance”.
MESA DIRETORA
Perguntado se há desejo em participar da nova Mesa Diretora da Câmara, Jakson Charles disse que todo vereador que está na Casa, especialmente os que estão há mais tempo [além dele citou os vereadores Jean Carlos e Dominguinhos do Cedro], ou mesmo os que ganharam seu segundo mandato, naturalmente têm esse interesse. Fala sobre a particularidade do pequeno percentual de renovação. “Não sou diferente. É claro que também tenho [desejo em compor a Mesa Diretora]”, afirmou.
O vice-presidente da Câmara disse também que não seria candidato a qualquer cargo de forma isolada. E ressaltou que sua experiência e realizações de seus mandatos lhe credenciam para que tenha o nome avaliado pelos colegas, “se meus colegas avaliarem que meu nome possa ser importante, aqui ou ali, estou pronto”. Jakson comentou ainda que, nas várias conversas que teve com o prefeito eleito, “em nenhuma delas ele mencionou em participar de apoio a qualquer tipo de grupo à Mesa Diretora”.
Ao contrário, o vereador do PSB revela que Márcio Corrêa tem dito que está preocupado com a organização de sua gestão e que “compete à Câmara Municipal tomar suas decisões”. Comentou sobre nomes que são apontados com o objetivo da eleição da nova Mesa, “incluindo, claro, o presidente [atual]”. Mas que não existe nenhum grupo formado efetivamente para a disputa, “o que existe são conversas isoladas, deste ou aquele vereador”.
NOMES
Jakson Charles disse que tem ouvido pela imprensa e visto nas redes sociais, que há quatro nomes de vereadores eleitos na base de Márcio Corrêa. Citou Andreia Rezende (Avante), José Fernandes (MDB), Suender Silva (PL) e Jean Carlos (PL). E entende também que o surgimento do nome do presidente Dominguinhos do Cedro é algo “natural”, mas que Dominguinhos “ainda não se manifestou particularmente na imprensa”. E que, fora disso, o que se vê são “conversas isoladas [...] nada de concreto”. Disse acreditar que a presidência da Câmara deve ser disputada por pelo menos dois candidatos.
Todo vereador que sonha em dar um passo maior nas próximas eleições, avalia Jakson Charles, pode ser credenciado a isso caso integre a Mesa Diretora da Câmara. “Dá um ponto a mais para que a pessoa possa, sim, disputar [a eleição] em 2026”, ressaltou. E disse acreditar que alguns pré-candidatos à Mesa possam sim ter essa ideia.
No dia 1º de janeiro de 2025, comenta o vice-presidente da Câmara, será eleita a Mesa Diretora para o biênio 2025-2026. E, no tempo regimental, eleita a Mesa para 2027-2028. Ao analisar se poderia estar em debate neste momento uma mudança no Regimento Interno do Legislativo, para que as eleições para ambos os biênios fossem feitas em paralelo, Jakson disse que “o regimento interno é uma coxa de retalho que pode ser emendada a qualquer instante, desde que a mesa diretora tenha interesse”.
Segundo Jakson, ele estaria “equivocado” se dissesse que não existe essa possibilidade. “Claro que existe, porque toda mudança no regimento, a partir do momento que Mesa Diretora se propõe a fazer, ela faz, ela aprova”. Atualmente, explica o vereador, o regimento exige uma “cura”, um prazo para que se haja a eleição da Mesa do segundo biênio [2027-2028], ou seja, só poderia ocorrer no ano subsequente à eleição da Mesa para o primeiro biênio [2025-2026].
Segundo ele, a mudança no regimento pode ser feita a qualquer momento. E afirma não ver possibilidade de que essa possível mudança seja feita ainda em 2024, “não tem esse acordo, essa conversa, não existe isso.
Previsão sobre a bancada de oposição
O prefeito eleito Márcio Corrêa (PL), entende o vice-presidente da Câmara, Jakson Charles, tem a capacidade necessária para articular junto ao legislativo os apoios necessários para garantir a governabilidade de sua administração. Jakson lembra que o atual prefeito, Roberto Naves (Republicanos), “é muito articulador, inteligente, e teve um mandato tranquilo no que diz respeito à Câmara Municipal”. Entende que aconteceram apenas “algumas críticas e oposições isoladas, mas sem força política”.
Jakson Charles diz que a capacidade de articulação do prefeito eleito Márcio Corrêa foi reforçada em sua atuação política nos últimos anos e, em especial, no período em que ocupou mandato de deputado federal. Sobre a relação no legislativo, Charles pensa que isso “vai depender da condução do prefeito, só depende dele, penso que nenhum vereador, principalmente os mais antigos, que conhecem a cidade, querem a cidade pior ou querem torcer para o quanto pior, melhor”.
Os vereadores querem ajudar a cidade, analisa Jakson Charles. “Agora, vai caber ao prefeito, ter essa capacidade de visão e de inteligência, e de articulação, para poder conquistar os corações desses vereadores”, ressaltou. No âmbito da atividade política interna na Câmara, nos últimos quatro anos, Jakson foi perguntado sobre os embates com o vereador Suender Silva (PL) e como será agora que ele passa a compor a base do prefeito, se estarão do mesmo lado. “Não acredito que estaremos do mesmo lado. Não acredito que ele fique na base por muito tempo. É o perfil dele. Respeito o perfil dele. E quando um vereador da base diz, em público, que quando precisar discordar, vai discordar, ele está dizendo, eu não sou base”, concluiu.