Anápolis está entre os nove municípios goianos que mantêm estrutura de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica e familiar, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 31, pela Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) e pela Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC) 2023, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de Anápolis, somente Goiânia, Valparaíso de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Bonfinópolis, Cristalina, Formosa, Goianésia e São João d’Aliança oferecem serviços de acolhimento entre os 246 municípios goianos, de acordo com a pesquisa. Apesar disso, segundo o IBGE, o Estado informou não ter Casas-abrigo para Mulheres em situação de violência doméstica e familiar ou Serviços de Acolhimento para Mulheres em situação de violência.
Outro dado apresentado na pesquisa é a proporção de mulheres presentes nas forças de segurança do estado. Na Polícia Civil, o efetivo feminino corresponde a 51,9% do total, colocando Goiás acima da média nacional, que é de 38,4%, evidenciando avanços na inclusão de mulheres na polícia civil goiana. Já na Polícia Militar, a realidade é inversa: apenas 10,1% do contingente é feminino, número bem abaixo da média nacional de 16,6%.
A pesquisa indica ainda que, entre os municípios goianos, apenas 25 contam com Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, uma estrutura crucial para o atendimento de vítimas de violência doméstica. O número representa menos de 10% das cidades do estado, um reflexo das dificuldades para expandir os serviços especializados no interior, onde mulheres podem enfrentar barreiras adicionais ao buscar proteção e atendimento, conforme o Instituto.
SEGURANÇA
A pesquisa IBGE também aponta desafios e avanços no setor de segurança pública em Goiás. Entre os 246 municípios do estado, apenas 23 possuem Guarda Municipal, com um efetivo total de 3.132 agentes, dos quais uma parte limitada utiliza armas de fogo. O levantamento aponta que, dos municípios com Guarda Municipal, dois utilizam exclusivamente armas de fogo, três utilizam apenas armas não letais, enquanto 13 possuem um misto de armas de fogo e não letais.
Na área de direitos humanos, apenas 68 municípios do estado reportaram possuir uma estrutura para promoção de políticas específicas, o que representa cerca de 28% do total. No entanto, o governo estadual informou a execução de alguns programas voltados para a proteção de grupos específicos, como crianças, adolescentes, idosos e população LGBTQIA+.
INFÂNCIA
Em relação à primeira infância, Goiás conta com políticas específicas para crianças de zero a seis anos, incluindo acesso a serviços de saúde, educação infantil e proteção contra violências. Entretanto, de acordo com a pesquisa, somente 175 municípios informaram desenvolver políticas para essa faixa etária. As ações menos desenvolvidas incluem o acolhimento por famílias acolhedoras, proteção contra exposição precoce aos meios de comunicação e a prevenção de acidentes.
No campo da educação infantil, o IBGE aponta que 238 municípios executam programas de alimentação escolar, com destaque para atividades como hortas escolares, em 127 cidades, e serviços de assistência técnica para agricultores familiares, presentes em 130 municípios.