Política VEREADOR REELEITO

Vou ser oposição consciente, diz Professor Marcos Carvalho

Reeleito com 3.422 votos, parlamentar promete atuação técnica e responsável na fiscalização do novo governo

31/10/2024 09h30
Por: Emilly Viana
Foto: Reprodução
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O vereador Professor Marcos Carvalho (PT), reeleito com 3.422 votos, reforçou que seu segundo mandato será pautado por uma oposição consciente e responsável, mantendo o compromisso de fiscalizar as ações do Executivo, mas também aprovando projetos que beneficiem a população.

Em entrevista à Rádio Manchester/DM Anápolis, o parlamentar assegurou que a prioridade será sempre o interesse público. "Serei uma oposição consciente, que acompanha os números, as leis, e vota contra quando necessário, mas também vota a favor quando o projeto for importante para a cidade e para o servidor público. Nós não fomos eleitos para destruir ninguém, mas para representar os 400 mil habitantes de Anápolis", afirmou.

Carvalho disse que a votação expressiva que recebeu nas urnas foi uma surpresa, mesmo sabendo que tinha uma base consolidada. "Todas as lutas que travamos e o resultado nas urnas, com uma votação expressiva, realmente nos surpreenderam. Sabíamos que tínhamos um trabalho consolidado, mas não imaginávamos que seria dessa magnitude. Acho que isso reflete o reconhecimento da cidade e de diversos segmentos pelo trabalho sério, técnico e respeitoso com o dinheiro público, sempre feito com muito zelo, sem escândalos ou alardes, mas com uma postura coerente e correta em todos os momentos em que a sociedade precisou", destacou o vereador.

Durante a entrevista, o parlamentar também fez questão de explicar como sua postura diferenciada na Câmara, voltada para o debate técnico, foi essencial para construir sua base de apoio. "Eu sempre busquei discutir as questões de forma técnica, sem entrar em um confronto político tipo 'fla-flu'. Quando a cidade precisou, nos posicionamos contra o aumento do IPTU, contra os 500 milhões de reais em dívidas, e em defesa da saúde, buscando emendas, mas sem atacar a vida pessoal de ninguém. Sempre nos posicionamos quando a sociedade demandou, como no caso da falta de merenda em alguns Cmeis, e fomos os primeiros a falar sobre isso. Contudo, sempre com respeito, sem xingar ou desrespeitar as pessoas", afirmou. Ele acrescentou que essa postura foi aprovada pelos eleitores: "Esses 3.422 votos mostram que uma parte significativa da cidade, quase 2% da população, concorda com essa forma de atuar e acredita nesse trabalho."

REJEIÇÃO

Ao ser questionado se o fato de ser do Partido dos Trabalhadores (PT) teria dificultado sua reeleição, Carvalho foi categórico ao dizer que a filiação partidária não foi um problema. "Não por ser do PT. Ontem, saímos de uma eleição com 40% dos votos, mais de 75 mil votos. O partido tem um deputado estadual muito bem votado, um deputado federal, e conseguimos eleger dois vereadores. Foi a federação que mais recebeu votos. Então, não há constrangimento em ser do PT", disse.

"A rejeição faz parte do processo político, especialmente em cidades mais conservadoras. Mas, se 40% da cidade votou em nós, essa rejeição não é tão grande. Conseguimos eleger um deputado estadual e um federal. Qual outro partido em Anápolis fez isso nas últimas três décadas?", questionou o vereador.

O professor também falou sobre o desafio que a política enfrenta atualmente, com uma parcela significativa de eleitores se afastando das urnas. "O que existe hoje é uma parte da população que nega a política, e os 100 mil cidadãos que não foram votar enviaram um recado às urnas sobre seu descontentamento com o processo democrático. Fazer campanha é sempre um desafio, mas quando colocamos nosso nome, sabemos a que estamos nos propondo", argumentou.

Carvalho também foi questionado sobre o uso de lideranças nas campanhas, como a participação de Jair Bolsonaro na campanha de Márcio Corrêa (PL), e respondeu que é natural o uso dessas lideranças, mas ponderou sobre a real relevância do debate público. "A participação e o apoio de lideranças são naturais no processo democrático, mas precisamos estar atentos a algumas questões. Por exemplo, falamos muito mais sobre isso do que sobre as crianças que esperam vagas em Cmeis ou sobre as 890 crianças de 4 a 5 anos que aguardam uma vaga na escola em Anápolis. Falamos mais sobre essas lideranças do que sobre os problemas estruturais, como os alagamentos. Precisamos refletir se vamos continuar nesse fla-flu ou se vamos sentar para discutir os problemas reais que a cidade enfrenta", declarou.

LIDERANÇAS

Durante a entrevista, Marcos Carvalho também falou sobre a chegada de Rimet Jules, seu novo companheiro de bancada no PT, e o que espera dessa parceria. "Espero uma atuação séria e coerente. O Rimet é uma pessoa bem formada, inteligente e comprometida com a cidade. Temos uma boa relação e, com certeza, será uma bancada competente e fiscalizadora", revelou.

Questionado sobre a centralização do PT em Anápolis nas figuras de Antônio Gomide e Rubens Otoni, Carvalho minimizou a questão e afirmou que o partido se fortaleceu nas últimas eleições. "Acho que agora o partido multiplicou sua força. Se antes eram dois, agora são quatro. Isso é importante e representa um avanço. Além disso, temos dois jovens entrando na política e ocupando espaço. Não é hora de discutir quem sai ou quem entra, mas de somar forças e pensar no futuro de Anápolis e nos problemas que a cidade enfrenta. E o PT tem contribuído muito para solucionar esses problemas, com as emendas para a Santa Casa, o centro materno, o Hospital do Câncer. Nosso foco é sempre ajudar, independentemente de quem governa", ressaltou.

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