O vereador Policial Suender (PL), reeleito com 2.906 votos, durante a entrevista à Rádio Manchester FM nesta terça-feira, 29, foi enfático ao falar sobre a autonomia dos vereadores e a importância de manter a independência do Legislativo, mesmo sendo parte da base do governo. "Acredito que todo esse trabalho que exerci, que inclui fiscalizar e apontar problemas, mostra que o vereador tem que ter autonomia. Na Câmara, fiquei sozinho em várias fiscalizações, mas esse é o papel do vereador: fiscalizar, mostrar os defeitos e tentar corrigir", declarou.
O vereador reforçou que, mesmo com possíveis indicações para cargos comissionados, a autonomia dos parlamentares deve ser preservada e que não concorda com qualquer tipo de barganha política envolvendo cargos e votos. "A autonomia é fundamental. Mesmo que haja indicação de cargos, o vereador não pode vender seu voto. Indicar alguém para um cargo é uma coisa, vender o voto é outra completamente diferente. Isso não vai acontecer comigo. Eu já deixei isso claro para o prefeito", garantiu.
Ele também mencionou que, se for necessário votar contra projetos que não beneficiam a cidade, não hesitará em fazê-lo, mesmo sendo parte da base aliada. "Se vier algum projeto e eu, mesmo sendo da base, identificar que não é bom para a cidade de Anápolis, vou discutir com ele. Se ele me mostrar que é bom para o cidadão, vou apoiar. Mas se não for, não votarei a favor. Se ele quiser tirar alguém de um cargo por isso, é decisão dele. O importante é manter as coisas em ordem e agir com responsabilidade, sempre pensando no bem da cidade", concluiu.
CARGOS
Suender também foi questionado sobre a possibilidade de assumir uma secretaria na nova gestão de Márcio Corrêa, mas afirmou que não tem planos de deixar a Câmara Municipal. "Assumir uma secretaria não está nos meus planos. Quero continuar meu trabalho na Câmara Municipal. Se a sociedade precisar que eu assuma alguma secretaria para ajudar, farei isso, mas, no momento, meu foco é o trabalho de vereador", esclareceu.
O parlamentar reforçou que acredita que pode contribuir mais para a cidade atuando no Legislativo e que, se em algum momento surgir a necessidade de assumir outra função, isso será discutido com seus eleitores. "Se surgir a possibilidade de ser mais útil em outro cargo, vou discutir com a cidade e com os eleitores", assegurou.
Sobre o futuro do ex-vereador Hélio Araújo, que não foi reeleito, Suender afirmou que até o momento não houve discussões sobre a possibilidade de Hélio assumir alguma secretaria na nova administração. Nos bastidores, a informação é de que o prefeito eleito tem a intenção de criar uma secretaria de Segurança Pública para o município. "Até agora, não houve nenhuma conversa sobre o Hélio Araújo assumir uma pasta. Acho que ele foi prudente em não discutir secretarias antes da eleição, demonstrando respeito ao adversário. Talvez agora que a eleição passou, essa discussão comece", comentou.
MESA DIRETORA
Segundo Suender Silva, o Partido Liberal (PL) não abrirá mão da presidência da Câmara Municipal. O parlamentar destacou a relevância do PL no cenário político da cidade, enfatizando que o partido, além de ter elegido o prefeito Márcio Corrêa, possui uma bancada expressiva em Goiás e desempenha um papel fundamental no Legislativo.
“O PL foi o partido com maior expressividade de votos dentro do município. Temos dois vereadores, um senador da República, deputados federais e estaduais. Portanto, o partido tem que estar à frente na presidência da Casa, e não abrimos mão dessa presidência dentro do Poder Legislativo”, afirmou Suender em entrevista à Manchester.
O vereador enfatizou que discussões internas sobre a presidência da Câmara ainda acontecerão, mas que a sigla está decidida a indicar um nome para a disputa. "Já discutimos isso, tanto eu quanto o outro vereador eleito pelo PL, e não abrimos mão dessa discussão. O PL precisa pleitear essa posição, e essa discussão tem que ser séria", reforçou Suender.
O policial federal reforçou que, apesar de haver outros nomes cogitados para a presidência, como representantes do Avante e do MDB, o PL exige um papel central nas negociações. "Eu até falei sobre isso na Tribuna. Vejo a imprensa mencionando dois nomes, mas o PL é a parte principal e precisa ser ouvido", completou.
BASE DE APOIO
Ao ser perguntado sobre a transição de sua atuação, de opositor da gestão do prefeito Roberto Naves (Republicanos) para integrante da base aliada de Márcio Corrêa (PL), Suender argumentou que sua posição sempre foi clara e que seu compromisso é com a cidade. "Sempre tive um lado e sempre me posicionei. Hoje, me posiciono junto com o prefeito Márcio, até porque encabecei essa vitória dele. Estive com ele em todas as discussões, e, claro, o que discutimos é como melhorar a cidade, como desenvolver Anápolis e resolver os problemas que eu mesmo apontei na Tribuna durante os últimos quatro anos", disse.
Suender avalia que ser oposição é mais desafiador que estar na base de governo. "Acredito que ser oposição é muito mais difícil. Nesses quatro anos, fui massacrado por estar na oposição, mas fiz o trabalho que a sociedade esperava. Não foi por questões políticas ou de interesse pessoal, foi um trabalho voltado para o bem da sociedade", explicou. Ele afirmou que agora, como parte da base de Márcio Corrêa, continuará a trabalhar com firmeza, mas sem deixar de lado a fiscalização. "Na base, o trabalho tem que ser firme, não para 'passar pano' no que está errado, e o Márcio entende isso. Ele sabe que a base tem que trabalhar para o cidadão", completou.