Neste domingo, 27, os 292.665 eleitores anapolinos aptos a votar são aguardados nas 833 seções eleitorais espelhadas em todas as regiões da cidade. Numa eleição mais simples que no 1º turno [quando o eleitor tinha digitar dois números para prefeito e cinco números para vereador], agora são apenas dois dígitos, para escolher entre o candidato Márcio Corrêa, do PL, ou Antônio Gomide, do PT. No 1º turno, respectivamente, eles obtiveram 97.049 votos (49,59%) e 69.370 (35,45%).
Diferentemente do que ocorreu na campanha de primeiro turno, o período do segundo turno não teve realização de debates entre os candidatos. Márcio Corrêa adotou a estratégia comum daqueles candidatos que saem com vantagem considerável após a totalização de votos na primeira etapa do pleito, e preferiu deixar de participar de debates. Os marqueteiros entendem que isso evita desgastes desnecessários ante um quadro favorável de possível vitória no 2º turno. O único debate é o da TV Anhanguera, que foi agendado para o final da noite desta sexta-feira, 25.
Nesses últimos 15 dias a campanha de Márcio Corrêa manteve a dinâmica executada no 1º turno, enquanto Antônio Gomide [como é natural de quem precisa reduzir a vantagem do adversário] mudou sua equipe de marketing. No 1º turno este trabalho fora feito pela empresa de Hamilton Carneiro e, no 2º turno, assumiu a equipe de Jorcelino Braga. O perfil de campanha de Gomide passou a ser um pouco mais incisivo.
Gomide recebeu o apoio formal para o 2º turno de partidos que, no 1º turno, apoiaram outras candidaturas. Casos do PDT e PSB [que estavam na campanha de Eerizania Freitas/UB] e do PMB [que tinha José de Lima candidato]. Já Corrêa recebeu apoio direto de vereadores reeleitos, que no 1º turno apoiaram Eerizania, casos de Wederson Lopes (UB), Reamilton Espíndola (Podemos), Cleide Hilário (Republicanos), Frederico Godoy (Agir), Alex Martins (Progressistas) e Thaís Souza (Republicanos).
Assim, a campanha de segundo turno chega ao fim bem diferente da forma como começou, no dia 7 de outubro. Nas duas primeiras semanas de confronto a temática mais explorada por Corrêa se relacionava às questões ideológicas, na estratégia de mostrar falhas cometidas pelo petista em seus dois mandatos de prefeito e o questionamento sobre a não aparição do presidente Lula na campanha em Anápolis.
Gomide, por sua vez, focou naquilo que classificou como falta de experiência de gestão do adversário e sua dependência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em paralelo a este comportamento, ambos procuravam explorar números de pesquisas de intenção de voto que, dependendo do instituto, mostravam diferenças maiores ou menores na aceitação de ambos junto ao eleitorado. Alguns levantamentos foram questionados na Justiça e chegaram a ter sua divulgação suspensa.
Mas, nos últimos dias, ambos os candidatos subiram o tom das críticas e acusações. Gomide explorou vídeo em que Márcio aparecia ao lado de um ônibus coletivo vazio e dizia que ali estavam os eleitores do Lula. O candidato do mPT também mostrou em seu espaço no rádio e TV áudios de supostas negociações de cargos atribuídos a apoiadores de seu adversário, relacionados a uma futura gestão do liberal.
Do outro lado, Márcio Corrêa, que já explorava o fato de Gomide ter renunciado ao mandato de prefeito em 2014 para concorrer ao governo estadual, ampliou denúncias sobre o envolvimento do PT com casos de corrupção. O candidato do PL também explorou pautas de costumes, como aborto. Outro fator de impacto na candidatura de Corrêa foi uma nova visita do ex-presidente Jair Bolsonaro à cidade, para carreata e comício de apoio ao candidato do PL.
PROPOSTAS
Os planos de governo dos candidatos a prefeito de Anápolis na área de infraestrutura não apresentam grandes obras estruturantes – com raras exceções – mas tratam principalmente de um problema crônico: a região central da cidade. Todos falam em maior fluidez no trânsito, em um transporte coletivo de melhor qualidade e acessibilidade para o pedestre.
Antônio Gomide promete uma cidade “mais inclusiva, segura, sustentável e otimizada”. Ele apresentou cinco metas para as áreas de infraestrutura, urbanismo, trânsito e transporte no plano de governo protocolado no TSE. A primeira trata-se da criação de um plano municipal de contingência de inundações com ações voltadas para a redução de riscos e prevenção de enchentes e inundações.
Outra ação do petista, caso eleito, é a atualização do Plano Diretor, segundo ele com a meta de definir “instrumentos de planejamento urbano para reorganizar os espaços da cidade”. Gomide promete ainda ampliar as linhas de ônibus em bairros novos, aumento o número de linhas operantes nos fins de semana e construção de novos abrigos de espera para os passageiros.
Márcio Corrêa tem 16 propostas na área da infraestrutura. Ele também fala em revitalizar a região central, pavimentar e implantar drenagem fluvial as vias da cidade e executar obras de macrodrenagem. Sem citar quais endereços, Márcio afirma que irá acabar com pontos críticos do trânsito. Outra medida é implantar um centro de controle do tráfego e mobilidade, utilizando semáforos inteligentes e dando rotatividade às vagas de estacionamento com a área azul e verde.
Márcio também promete um aplicativo para que o usuário de ônibus saiba os horários de chegada e saída dos veículos do transporte coletivo. O candidato fala ainda que a cidade terá 100% da frota de ônibus renovada. Ele promete reformar praças e dar “efetividade” à Agência Reguladora do Município. Outra medida, caso seja eleito, é criar ciclovias e ciclofaixas e implantar um programa de educação e cidadania para o trânsito.
SAÚDE
Antônio Gomide tem oito metas para a saúde municipal. A primeira fala em reestruturar os serviços de emergência e urgência, com criação de pelo menos três UPAs, que ficariam no Recanto do Sol, Jardim Calixto e Bairro de Lourdes. O petista também promete construir uma maternidade municipal e quatro unidades básicas, no Jardim das Oliveiras, Jardim das Américas, Vivian Parque e Jardim Primavera.
Outra proposta de Gomide é a construção de uma policlínica na região do Lago dos Buritis. Essa já é uma obra anunciada pelo governo federal, prevista no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O plano de governo do candidato do PT fala ainda em criar o “Farmácia Popular Municipal”, realizar concurso público em diversas áreas da Saúde e abrir um pronto-socorro no Hospital Municipal Alfredo Abrahão.
Márcio Corrêa promete implantar a teleconsultas no serviço público municipal e zerar as filas de consultas e exames em 120 dias, contratando serviços de hospitais privados e filantrópicos. Márcio também promete construir duas novas UPAs e reestruturar a rede de saúde bucal. Diz que vai implantar o prontuário eletrônico único do cidadão, realizar a regulação do paciente considerando também o critério geográfico e utilizar tecnologias e serviços online em uma central de atendimento da saúde.