O médico cardiologista Geraldo Espíndola (Rede), candidato a vice-prefeito na chapa de Antônio Gomide (PT), afirmou nesta quinta-feira, 24, que a eleição para a prefeitura de Anápolis não pode ser decidida com base em marketing ou sentimentos momentâneos. "É necessário voltar um pouco à realidade e perceber que, além das pesquisas e dos sentimentos, há uma questão puramente prática e pragmática: a vida da cidade", destacou Espíndola, em crítica à chapa adversária.
Espíndola, que tem 44 anos de carreira como cardiologista clínico, grande parte deles dedicados à Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, ressaltou sua experiência não só na área da saúde, mas também na gestão pública. Ele foi vereador da cidade e presidente da Câmara Municipal, além de ter presidido a primeira Lei Orgânica do município. "Conheço profundamente os problemas do SUS, em todos os seus detalhes, desde a formação de equipes, equipamentos e recursos, até mesmo os fluxos dentro do hospital", citou.
Questionado sobre a formação médica dos dois candidatos a vice — ele, cardiologista clínico, e Dr. Walter Vosgrau (MDB), cirurgião e vice na chapa de Márcio Corrêa (PL) —, Espíndola reconheceu que ambos têm formações importantes, mas ressaltou a relevância de sua experiência prática em gestão hospitalar e na administração pública. "Nesse quesito, existe, vamos dizer, um 'empate técnico'. Tenho a impressão de que sou mais velho que ele, mas não conheço bem o currículo dele. Posso falar do meu", disse o candidato, sem deixar de destacar suas quatro décadas de dedicação à medicina e sua atuação como diretor técnico da Santa Casa por 19 anos.
Além da trajetória na saúde, Espíndola mencionou seu envolvimento com a educação. Como vice-presidente da Associação Educativa Evangélica, entidade mantenedora da UniEvangélica, ele reforçou que sua participação ativa na formação de novos profissionais da saúde ao longo dos últimos 36 anos também o qualifica para enfrentar os desafios que uma administração municipal exige. "Fui presidente do Sindicato dos Médicos de Anápolis e tesoureiro da Associação Médica de Anápolis, durante a época de sua construção", recordou.
PESQUISAS
Com o segundo turno marcado para o próximo domingo, 27, Espíndola também abordou as pesquisas eleitorais que colocam Márcio Corrêa à frente na disputa. Embora reconheça que o cenário atual favoreça o adversário, o candidato mostrou-se confiante de que uma virada ainda é possível. "Assim como no futebol, o jogo só termina quando o árbitro apita. Nós só teremos o resultado verídico mesmo no dia 27, às 17 horas, com todas as urnas fechadas", afirmou, ressaltando que as pesquisas não devem ser vistas como definitivas e que o eleitor tem o poder de reavaliar sua escolha até o último momento.
Espíndola também fez duras críticas à postura que ele percebe na campanha adversária, citando que muitos apoiadores de Márcio Corrêa já estariam discutindo a distribuição de cargos antes mesmo da eleição ser decidida. "Agora, vejo o adversário já loteando a prefeitura, distribuindo cargos. Isso está acontecendo, inclusive, nas ruas e nas redes sociais, com pessoas já falando sobre isso, até brigando. Temos a impressão de que eles já acham que ganharam e que tudo está decidido", relatou.
REJEIÇÃO
Quando questionado sobre a rejeição ao Partido dos Trabalhadores (PT) em Anápolis, Espíndola reconheceu que ela é significativa, mas criticou o que chamou de uma campanha de desconstrução da imagem do partido. "Foi feito um grande trabalho de desconstrução, com xingamentos e avaliações totalmente fora da realidade", afirmou. Espíndola ressaltou que, apesar das críticas ao partido, o PT tem um papel social importante, especialmente na defesa das causas trabalhistas e na implementação de políticas públicas que beneficiam a população em áreas como moradia e infraestrutura.
Ele também comentou sobre as tentativas de associar negativamente o nome de Antônio Gomide ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O outro candidato se refere ao candidato do PT como sendo 'do Lula', e eu acho que isso deveria ser considerado uma honra. O Lula é o maior líder político do Brasil, não há outro igual há 60 anos", defendeu o médico.
ARTICULAÇÃO
Outro ponto destacado por Geraldo Espíndola foi a questão da governabilidade, um tema central na sua crítica à chapa de Márcio Corrêa. Ele expressou preocupação com a falta de articulação que, segundo ele, a administração do adversário poderia enfrentar com os governos federal e estadual, caso eleito. "Infelizmente, a chapa que está à frente nas pesquisas não representa segurança para a administração pública. A administração pública é algo sério, que exige muita responsabilidade", reforçou.
Espíndola destacou que a falta de apoio do governo federal e a dificuldade de relacionamento com o governo estadual podem prejudicar diretamente a população de Anápolis, principalmente em áreas essenciais como saúde, educação, desenvolvimento econômico e infraestrutura.
Ele lembrou das conquistas obtidas durante as gestões de Antônio Gomide, em parceria com o governo federal, e reforçou a importância de manter esse diálogo ativo para garantir investimentos para o município. "Dos 10 viadutos construídos, nove e meio foram feitos durante o governo do PT. As casas do programa Minha Casa Minha Vida, construídas nos últimos anos em Anápolis, foram feitas pelo PT", declarou.
VOSGRAU
A equipe de jornalismo da Rádio Manchester FM informou que o candidato a vice-prefeito Walter Vosgrau (MDB), também foi convidado a participar da rodada de entrevistas com os candidatos a vice-prefeito neste segundo turno. Entretando, o médico teria informado de sua impossibilidade em participar, por motivos particulares, que envolveriam atividade profissional, na condição de médico. A produção enviou mensagens a ele durante o dia, com intuito de que pelo menos pudesse gravar entrevista, para veiculação no programa do dia seguinte, mas até o fechamento desta edição o candidato não havia dado retorno.