Política ENTREVISTA

“Gomide não conhece realidade do mercado”, diz Márcio Corrêa

Candidato do PL rebate críticas do adversário e defende propostas para moradia, transporte público, saúde e educação

24/10/2024 11h30
Por: Redação
Foto: Reprodução
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Candidato a prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL) declarou que o adversário Antônio Gomide (PT) está desconectado da realidade da cidade e das necessidades da população. Durante a entrevista concedida à Rádio Mancheter FM, nesta quarta-feira, 23, Corrêa aproveitou a oportunidade para rebater as críticas feitas por Gomide. O candidato do PT tem questionado a viabilidade do programa habitacional do empresário, que reforçou a intenção de seguir com o projeto. Para ele, o ex-prefeito não entende como o mercado funciona. "Meu adversário nunca colocou um tijolo no chão", disparou.

Corrêa explicou que a prefeitura não terá que construir casas diretamente, como o ex-prefeito sugeriu em suas críticas. O programa será baseado em parcerias com construtoras e no subsídio ao trabalhador de baixa renda, facilitando o acesso à casa própria. “As casas já estão sendo construídas pelas construtoras. O problema hoje é o valor da entrada, que pode chegar a R$ 50 mil, considerando também a documentação. Isso impede o trabalhador de comprar sua casa e a construtora de vender", explicou. A proposta, segundo ele, é facilitar a compra com subsídios que venham do governo estadual e federal, além de facilidades oferecidas pelo município.

Corrêa citou exemplos de cidades como Rio Verde, que adotaram programas semelhantes, e disse que o modelo é perfeitamente aplicável a Anápolis. Ele rebateu as insinuações de Gomide de que o projeto seria uma invenção de última hora. “Não estamos inventando a roda. [..] Rio Verde lançou um programa agora com uma construtora de Anápolis. Participei do lançamento, a prestação do lote está em 300 reais. Hoje a prestação de um lote está mais que 700 reais. E isso sem entrada.

GOVERNO FEDERAL

Durante a entrevista, Corrêa também abordou as críticas de Gomide sobre o relacionamento com o governo federal, uma questão que tem sido explorada pelo adversário durante a campanha. O petista afirmou que Corrêa estaria isolado de Brasília por fazer parte de um partido de oposição ao presidente Lula (PT), o que limitaria sua capacidade de trazer recursos federais para Anápolis.

Corrêa foi enfático ao negar essas acusações, afirmando que buscará parcerias constantes tanto com o governo federal quanto com o estadual. “Vamos buscar parcerias diuturnamente. Tenho relacionamento com 70% da bancada goiana e vamos usar isso para trazer benefícios para Anápolis. O que não faz sentido é dizer que não teremos apoio federal”, rebateu.

Ele aproveitou para criticar Gomide pela perda do Centro de Distribuição Internacional dos Correios, que foi transferido de Anápolis para o Rio Grande do Norte, insinuando que a falta de articulação de Gomide com Brasília prejudicou a cidade. “Ele fala tanto em parcerias, mas não conseguiu segurar o Centro de Distribuição dos Correios aqui. Que tipo de parceria é essa? Isso mostra que ele não tem a capacidade de articulação que diz ter”, disparou.

O candidato do PL ainda ressaltou que, durante os quatro meses em que esteve na Câmara dos Deputados, construiu importantes alianças que podem resultar em mais recursos para Anápolis. “Fiz bons relacionamentos em Brasília. Tive o apoio de dois senadores na minha campanha, e isso será crucial para garantir que Anápolis tenha o apoio que precisa. Governo não faz oposição a governo. Precisamos de parcerias, independente de posições políticas ou ideológicas. É isso que vou buscar para nossa cidade”, reforçou.

TRANSPORTE

O transporte público também foi um dos temas centrais da entrevista, especialmente após a polêmica gerada por um vídeo gravado por Corrêa no fim do primeiro turno. No vídeo, o candidato aparece apontando para um ônibus e comentando que ali estariam os eleitores do presidente Lula (pt). O vídeo gerou críticas da oposição, que acusou Corrêa de ridicularizar os usuários do transporte coletivo. Durante a sabatina, Corrêa negou que tenha feito chacota e explicou que a frase foi tirada de contexto.

“O ônibus estava vazio, e eu fiz um comentário porque, naquele momento, parecia que não víamos eleitores do Lula em Anápolis, uma cidade majoritariamente conservadora. Jamais faria esse tipo de comentário se houvesse pessoas no ônibus. Quem me conhece sabe do respeito que tenho por todos, independentemente de classe social ou partido político”, justificou.

Além de esclarecer a polêmica, Corrêa falou sobre suas propostas para melhorar o transporte público em Anápolis. Ele garantiu que exigirá a renovação da frota de ônibus da cidade, que já opera há quase uma década sem trocas, em descumprimento do contrato atual com a empresa Urban. “O contrato exige que a frota seja renovada a cada quatro anos, mas isso não tem acontecido. Vamos exigir ônibus novos, com ar-condicionado e acessibilidade, para garantir que a população tenha um transporte público de qualidade”, afirmou.

O empresário também destacou que a melhoria do transporte público passa por um aumento no número de usuários, o que permitirá que o sistema se torne mais sustentável. Ele disse que buscará subsídios para o transporte coletivo, de modo a melhorar o serviço sem aumentar a tarifa, algo que, segundo ele, é inviável para a maioria dos usuários. “Não podemos aumentar a tarifa, mas podemos buscar formas de subsídio para que o sistema funcione melhor. Precisamos aumentar o número de usuários e garantir que o transporte público seja uma opção viável para todos”, declarou.

SAÚDE E EDUCAÇÃO

Quando questionado sobre a área da saúde, Corrêa reafirmou suas críticas ao modelo de gestão por Organizações Sociais (OSs), um tema que tem sido recorrente em suas falas no Congresso Nacional. O candidato defendeu que, se eleito, aumentará a fiscalização sobre os contratos firmados pela prefeitura com essas entidades, garantindo que o serviço prestado à população seja de qualidade. “Muitas dessas OSs são verdadeiras criminosas. Elas ganham rios de dinheiro, mas quem sofre é a população, que fica na fila esperando por uma cirurgia. Vamos fiscalizar de perto e garantir que a cidade tenha controle sobre os serviços prestados”, afirmou.

O postulante também destacou que a contratação dessas organizações deve seguir critérios rigorosos e que a fiscalização precisa ser constante para evitar problemas de gestão e corrupção. “Não sou contra as OSs, mas sou contra a falta de fiscalização. Precisamos garantir que as entidades que assumem a gestão da saúde em Anápolis tenham histórico e capacidade técnica para fazer um bom trabalho”, defendeu.

Na educação, Corrêa prometeu a construção de 20 novos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), refutando as críticas de Gomide, que o acusou de exagerar nas promessas ao dizer que construiria 36 unidades. "Anápolis é uma cidade grande e eles tratam como se fosse uma 'currutela'. Não dão conta porque são fracos mesmo”, provocou. Como solução imediata, o candidato propôs a realização de convênios com igrejas e outras instituições para abrir vagas provisórias já no primeiro ano de mandato. Enquanto as creches permanentes são construídas, essas parcerias garantiriam que as crianças tenham onde ficar.

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