A inadimplência em Goiás voltou a subir em setembro, registrando um aumento de 2,47% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados do SPC Brasil e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO). Trata-se do terceiro mês consecutivo de alta no número de consumidores com contas atrasadas.
Nos meses anteriores, o índice já havia mostrado um crescimento de 1,32% em agosto e 2,23% em julho, interrompendo a queda registrada em junho (-0,38%). No intervalo de agosto para setembro deste ano, a inadimplência subiu mais 1,21%. Os dados colocam Goiás acima da média de crescimento da inadimplência no Centro-Oeste, que foi de 0,59% no mesmo período.
O perfil dos devedores revela que a faixa etária de 30 a 39 anos é a mais afetada, representando 26,19% do total de inadimplentes no estado. Já os idosos, com mais de 85 anos, compõem a menor parcela dos endividados, somando apenas 1,73%. O levantamento também aponta uma distribuição relativamente equilibrada entre os sexos: 51,33% dos inadimplentes são homens, enquanto 48,67% são mulheres.
Outro dado relevante é o valor médio das dívidas, que alcançou R$ 4.529,09 por consumidor negativado em setembro. A maior parte das dívidas está concentrada no setor bancário, que responde por 59,72% dos débitos em aberto. O comércio aparece em segundo lugar, com 13,62%, seguido pelas concessionárias de serviços básicos, como água e luz, que representam 10,20% do total de dívidas.
Além da crescente inadimplência, a FCDL-GO chama atenção para os fatores que podem estar contribuindo para esse cenário, incluindo o aumento no número de pessoas envolvidas com apostas eletrônicas, as chamadas bets. Segundo o presidente da entidade, Valdir Ribeiro, o impacto das apostas na vida financeira dos goianos começa a se refletir nos indicadores econômicos.
O cenário em Goiás segue uma tendência regional, uma vez que o aumento da inadimplência também foi observado em outras localidades do Centro-Oeste. A alta de 0,59% na região, apesar de menor do que a registrada em Goiás, aponta para uma situação econômica desafiadora, segundo a FCDL-GO.