Política ENTREVISTA

“A prefeitura não é lugar para inexperientes”, afirma Gomide

Candidato do PT criticou falta de experiência de adversário e defendeu melhorias na saúde e educação como prioridades

23/10/2024 10h30
Por: Redação
Foto: Reprodução
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Durante uma sabatina na Rádio Manchester nesta terça-feira, 22, o candidato a prefeito Antônio Gomide (PT) criticou o adversário no segundo turno das eleições para a prefeitura de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), apontando a falta de experiência administrativa do oponente como um risco para a cidade. Gomide, ex-prefeito e deputado estadual, afirmou que a prefeitura "não é lugar para inexperientes".

Com o segundo turno marcado para o próximo domingo, 27, Gomide, que já foi prefeito de Anápolis por dois mandatos, destacou sua experiência na administração pública como seu principal trunfo na disputa. Ele afirmou que sua trajetória política o credencia a enfrentar os desafios da cidade, enquanto Corrêa, segundo ele, "nunca ocupou cargos que exigissem conhecimento técnico sobre orçamento público ou gestão".

No início da sabatina, Gomide fez questão de apontar a importância da experiência para comandar uma cidade do porte de Anápolis. Segundo ele, o adversário não tem vivência em gestão pública, o que seria um grande obstáculo em um momento de crise e de demandas urgentes. 
"A prefeitura não é um lugar para amadores. Quem comanda uma cidade precisa ter experiência, entender como funciona o orçamento público, como se organizam as secretarias e, principalmente, saber tomar decisões com base em conhecimento técnico. Anápolis não pode se arriscar com alguém que nunca participou de um processo de gestão", declarou.

Um dos principais temas abordados na sabatina foi o transporte público, um dos pontos centrais da campanha de Gomide. O candidato defendeu uma fiscalização mais rigorosa do contrato com a Urban, empresa que atualmente opera o transporte coletivo na cidade. "O contrato que está em vigor prevê a vida útil dos ônibus e obriga a renovação da frota, mas isso não está sendo cumprido de maneira satisfatória. Precisamos de ônibus mais novos, limpos e com horários ajustados, principalmente aos finais de semana e feriados, quando o serviço se torna extremamente limitado", afirmou Gomide.

Ele também criticou o que ocorre atualmente, em que a fiscalização do transporte público seria feita pela própria empresa concessionária. "Hoje, quem controla os horários, as rotas e o tráfego dos ônibus é a Urban, e isso é um absurdo. A Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) precisa reassumir o controle e garantir que o contrato seja executado em benefício dos usuários. São mais de 50 mil pessoas que utilizam o transporte público diariamente, e é obrigação da prefeitura garantir que essas pessoas sejam bem atendidas", disse.

Gomide aproveitou a oportunidade para criticar o comportamento de seu adversário durante a campanha. Segundo ele, enquanto o debate sobre transporte público é urgente e complexo, Corrêa não tratou o tema com a seriedade necessária. "Meu adversário foi até o terminal de ônibus para zombar dos usuários do transporte coletivo, fazendo piadas com uma situação que afeta milhares de pessoas", apontou.

GOVERNO FEDERAL

Ao longo da sabatina, o candidato petista também destacou seu histórico de diálogo e parceria com o governo federal. Ele lembrou que, durante seus mandatos como prefeito, Anápolis foi beneficiada por programas como o Minha Casa Minha Vida, que possibilitaram a entrega de mais de 7.500 casas populares na cidade.

"Nós temos experiência em trazer recursos federais para Anápolis. Já fizemos isso antes, e vamos fazer de novo. Com o governo federal ao nosso lado, podemos investir em habitação, infraestrutura, saúde e educação. Esses recursos são fundamentais para o desenvolvimento da cidade", ressaltou.

Ainda sobre o governo federal, Gomide criticou a postura de Márcio Corrêa, que afirmou durante a campanha que não precisaria do apoio federal para administrar Anápolis. "Isso é um erro grave. Meu adversário diz que vai governar sem depender do governo federal, mas quem perde com isso é a cidade. Anápolis precisa de um prefeito que saiba buscar parcerias e recursos para garantir investimentos em áreas essenciais. Governar sem diálogo com Brasília é um prejuízo que Anápolis não pode correr", ponderou.

A ausência do presidente Lula na campanha também foi levantada durante a entrevista, mas Gomide minimizou a questão, afirmando que o apoio federal está garantido. "O presidente Lula está conosco. Tivemos ministros, como a Nísia Trindade, da Saúde, que participaram diretamente da nossa campanha. O presidente pode não ter vindo pessoalmente a Anápolis, mas já nos encontramos em Goiânia e seguimos alinhados com o governo federal para trazer os melhores projetos para a cidade", disse o candidato.

PASSADO

Outro ponto abordado na sabatina foi o pedido de desculpas de Gomide à população de Anápolis por ter deixado o cargo de prefeito em 2014 para concorrer ao governo do estado. O candidato explicou que o tema surgiu nas pesquisas qualitativas realizadas por sua campanha, que mostraram que alguns eleitores ainda tinham dúvidas sobre sua saída do cargo naquela época.

"Foi uma decisão difícil, mas fizemos uma pesquisa e, em 2014, mais de 60% da população de Anápolis apoiava a minha candidatura ao governo. Naquele momento, acreditávamos que seria importante levar um nome de Anápolis para o governo estadual. Estou aqui, 10 anos depois, explicando isso e me desculpando com aqueles que talvez não tenham compreendido os motivos na época", justificou Gomide.

O ex-prefeito garantiu que, mesmo após deixar a prefeitura, nunca abandonou a cidade e continuou participando da política local. "Voltei à Câmara Municipal e fui o vereador mais votado em 2016. Se eu tivesse realmente abandonado Anápolis, isso não teria acontecido. Meu compromisso com a cidade sempre foi claro, e agora estou aqui, novamente, à disposição da população para fazer ainda mais por Anápolis", disse o candidato.

PRIORIDADES

Em relação às propostas para a saúde, Gomide destacou a necessidade de reabrir o hospital Alfredo Abrahão, que, segundo ele, está fechado há mais de dois anos. "O hospital Alfredo Abrahão precisa voltar a funcionar como pronto-socorro 24 horas, todos os dias da semana”, disse. E reafirmou que vai reabrir o hospital e garantir que ele funcione plenamente, com médicos e equipe de saúde disponíveis para atender a população.

O candidato também falou sobre a construção de uma policlínica na região norte da cidade, um projeto que, segundo ele, já está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A policlínica já está carimbada no PAC, com 30 milhões de reais destinados para essa obra. Vamos tirar esse projeto do papel e garantir que Anápolis tenha uma nova unidade de saúde moderna e bem equipada para atender a população da região norte", afirmou.

No campo da educação, Gomide abordou o déficit nas creches municipais (CMEIs) e prometeu resolver o problema no início de sua gestão, caso seja eleito. "Já mapeamos as áreas da cidade que precisam de novas creches, e nossa meta é construir seis novos CMEIs nos primeiros anos de mandato. Faltam vagas nas creches, e isso prejudica as mães trabalhadoras. Precisamos garantir que todas as mães tenham onde deixar seus filhos com segurança enquanto trabalham", disse.

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