Anápolis REDUÇÃO

Sindicato diz que menos de 100 táxis ainda atuam em Anápolis

Informação foi dada pelo presidente da entidade após sessão da Câmara que aprovou uso da faixa de ônibus pelos táxis

22/10/2024 13h30
Por: Orisvaldo Pires
Foto: Lucivan Machado
Foto: Lucivan Machado

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Anápolis, Jocélio Dias Padilha disse à Manchester FM/DM Anápolis nesta segunda-feira, 21, que nos últimos anos o número de taxistas que operam na cidade caiu de 205 para aproximadamente 80 na atualidade. A afirmação foi dada logo após a sessão ordinária da Câmara Municipal, na qual foi aprovado projeto de iniciativa do Executivo, por sugestão do vereador Jakson Charles (PSB), que autoriza que os táxis se utilizem da faixa exclusiva para tráfego de ônibus do transporte coletivo nas vias da cidade.

Jocélio falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos taxistas em Anápolis. Entre elas, disse, a dificuldade do trânsito. A cidade, durante mais da metade de sua existência, cresceu sem planejamento em mobilidade urbana. Na região central existem inúmeras ruas estreitas, algumas até com estacionamento liberado em ambos os lados. A explosão de veículos em circulação também é um complicador, além da ocupação de parte de calçadas e até de acostamentos em algumas vias estratégicas do centro.

E, segundo Jocélio, um dos maiores complicadores verificados nos últimos tempos é o surgimento dos veículos por aplicativo. Com a proliferação desse novo sistema de transporte público [embora ainda não regulamentado], afirma o sindicalista, “muitos taxistas desistiram”. Disse que é fácil constatar essa situação, “basta olhar nos pontos, tem poucos táxis, existem pontos que já foram entregues à Prefeitura”.

A entrega de boa parte dos pontos de táxis ao município, entende o presidente do sindicato dos taxistas, leva a crer que, possivelmente, a próxima gestão municipal seja direcionada a realizar processos licitatórios, para recompor as vagas agora ociosas. “Essa é uma dificuldade nos dias de hoje. O aplicativo atrapalhou muito, [afetando] principalmente os [taxistas] de mais idade, que abandonaram o táxi e entregaram o ponto para a prefeitura”, disse Jocélio. 

FAIXA DE ÔNIBUS

Neste contexto, afirmou Jocélio Dias, a possibilidade dos táxis se utilizarem das vias que atualmente são exclusivas para ônibus, é um alento para a categoria. “É um grande benefício pelo qual lutamos. Em Brasília e São Paulo os táxis podem rodar nas faixas de ônibus. Aqui não”, avaliou. Segundo ele essa demanda é tratada há algum tempo com a Câmara Municipal, por meio do vereador Jakson Charles.

Para o representante dos taxistas, as dificuldades do trânsito local e a perda de espaço para os aplicativos, faz com que a liberação do uso das faixas exclusivas de ônibus para que os táxis possam transitar “facilita muito, melhora o atendimento, principalmente nos horários de pico, podemos fazer o trabalho mais rápido para atender a população”.

Jakson Charles, vice-presidente e líder do prefeito na Câmara, lembrou que, durante a pandemia da Covid-19, os taxistas começaram a ter vários problemas que, com o tempo, se mostram prejudiciais à categoria. Naquela época ainda, disse o vereador, apresentou indicação ao prefeito com pedido para cancelar e pela remissão das taxas que à época os taxistas pagavam, “foi uma vitória”.

Depois Jakson propôs alteração na regulamentação, alterando a lei sobre os táxis, que antes obrigava que o veículo deste serviço fosse apenas da cor prata. “Conseguimos que os veículos adquiridos tivessem as cores ampliadas, além da prata, para preto, branco e cinza, “isso já está valendo”. Agora, disse, há avanço com a liberação para que os táxis trafeguem pelas faixas exclusivas de ônibus, que até então somente pode ser usada por ambulâncias e viaturas de segurança. 

APLICATIVOS

Com esse benefício, disse o vereador, os táxis vão ganhar tempo e as viagens podem ficar mais baratas, “já que o taxímetro roda de acordo com a quilometragem”. Jakson disse que sua próxima proposta é para que seja regulamentado o serviço dos veículos por aplicativo, como a Uber. E explicou que esse tipo de transporte não foi incluído por não haver ainda previsão legal e pelo fato de os veículos de aplicativo não serem caracterizados – como são os táxis – são carros particulares. “Se regulamentarmos esse serviço, pode depois ser incluído neste processo”, concluiu. (Reportagem de Lucivan Machado)

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