Política NOVOS VEREADORES

“Nós vamos acompanhar com lupa contratos, editais, o diário oficial”, diz Rimet Jules

Ex-presidente do PT, disse que confia na vitória de Gomide, mas que, se houver um revés, não vai “vingar voto”

22/10/2024 10h30
Por: Redação
Foto: Reprodução / Rádio Manchester
Foto: Reprodução / Rádio Manchester

Eleito vereador com 2.649 votos, o advogado Rimet Jules, ao ser entrevistado pela equipe do programa Atualidades Manchester, nesta segunda-feira, 21, disse que não faz política “pelo mandato ou pelo salário”. Segundo ele, a ação política é por “vocação, por missão”. E que, na campanha, não fez “barganhas”. Lembrou que foi presidente do PT no “pior momento do partido” e que vai acompanhar “com lupa” os contratos, os editais, o diário oficial do município. Veja a seguir os principais momentos da entrevista.

Você teve 2.649 votos. Onde buscou todos eles?

Nos honra muito, nós tivemos 2.649 votos espalhados na cidade inteira. A gente já pegou o mapa de votação nossa e nós tivemos votos em praticamente todas as sessões da cidade. Tinha sessão que a gente tinha um voto, como em Miranápolis. Nosso voto é pulverizado. É claro, na região que eu moro, no Gibran, no Vivian Parque, tive uma votação mais expressiva. A região do Recanto do Sol, que a gente tem um vínculo, tivemos uma votação mais expressiva. Mas o nosso eleitorado é muito ligado, primeiro, à militância do partido. A gente não tem dúvidas disso. É um voto ideológico. É um voto pelo nosso histórico e pelo nosso currículo, como advogado, como militante, enfim.

Então são pessoas que votaram por acreditar?

Hoje nós temos condição de fazer um trabalho na Câmara destacado, diferenciado, porque a nossa campanha não foi uma campanha com barganhas. Não foi uma campanha com promessas, foi uma campanha baseada no nosso currículo, na nossa militância e uma campanha propositiva. Então tem muito eleitor também que simpatizou com o nosso projeto ao longo da campanha, aderiu e passou a ser um voluntário, um multiplicador. Com base nas nossas propostas, com base também no nosso trabalho que a gente fez nos últimos anos de defesa da cidade, de fiscalização da gestão do prefeito Roberto Naves. 

O senhor foi presidente do PT Municipal, começou a fazer um trabalho intenso nas redes sociais, isso contribuiu para que você ‘furasse bolha’ do partido?

Sem dúvida isso contribuiu e é perceptível. Não tem como a gente refutar. De fato, contribuiu, mas isso é um trabalho permanente. Estive presidente do Partido dos Trabalhadores em Anápolis no pior momento. Eu fui candidato único. Ninguém queria ser candidato a presidente do PT, na época. O Lula estava preso. A eleição foi em 2018. A Dilma tinha acabado de sofrer um impeachment, a gente estava vivendo a crise e o pior momento do PT. Nós perdemos a Prefeitura de Anápolis, o Lula preso, o [Fernando] Haddad candidato a presidente para cumprir o papel. E Anápolis, do jeito que é, e a gente fazendo o enfrentamento, fazendo atos fora Bolsonaro, atos pela vacina, por comida no prato. E, na sequência, a fiscalização à gestão do prefeito Roberto Naves e a defesa da cidade. Apenas como dirigente partidário, sem mandato, sem cargo.

Como começou sua militância política?

O nosso trabalho é permanente, é muito anterior à presidência do PT. E algumas pessoas votam em mim e me reconhecem e me acompanham desde muito antes, desde 2010, quando eu comecei no Grêmio Estudantil, aos 15 anos de idade, do Instituto Federal de Goiás, do Campus Anápolis. Foi ali que eu me aproximei das lideranças do partido em Anápolis, do Antônio Gomide, então prefeito, porque ele que trouxe o Instituto Federal, com o Rubens Otoni. No IFG ainda eu fui do Conselho Superior da instituição. Representei os mais de 12 mil estudantes na época de toda a rede no estado de Goiás, no Conselho Superior, isso aos 16 anos de idade. Na sequência fui do Conselho Municipal de Saúde, depois do Conselho Municipal de Juventude, fundamos a Associação de Moradores lá do Residencial Gibran, do bairro em que eu moro. Em seguida, disputei a eleição em 2016 para vereador. Foi a minha primeira disputa aos 20 anos de idade. Tive 388 votos. Fiquei na décima suplência do PT. Continuamos o trabalho. Me tornei advogado, me formei, me tornei presidente do PT, disputei novamente a eleição em 2020, aí fomos para 1.084 votos, fiquei como primeiro suplente, faltou cinquenta e poucos votos há quatro anos.

Qual é a bandeira que vai ser defendida por Rimes Jules na Câmara Municipal? O IPTU verde será cobrado vereador.

Já é uma bandeira que nós já estamos defendendo desde o início do ano. Essa vai ser a nossa principal bandeira nesse primeiro ano de mandato, porque a gente quer superar isso já no primeiro ano de mandato para a gente ir para as próximas. Nossa pré-campanha foi baseada em seminários. Tivemos sete seminários para debater ideias. A gente colhia ideias, sugestões do grupo, das pessoas, da sociedade. E um debate eminente que predominou foi a questão ambiental, foi a discussão climática. Na Associação de Moradores, lá no Gibran, plantamos na época, em 2016, centenas de mudas de árvore. Então nós sempre tivemos essa preocupação, mas esse debate surgiu a partir desses seminários e a proposta do IPTU Verde foi daí. O nosso compromisso nesse mandato é plantar pelo menos 2.649 mudas de árvores. É o número da nossa votação.

Caso o PL vença, você acredita que vai ter dificuldade em aprovar esses projetos, já que o PT será um partido de oposição?

Primeiro nós estamos trabalhando e confiantes que o Antônio Gomide será o nosso próximo prefeito. Se você compara o histórico de vida, se você compara o histórico de recursos, de legado na cidade de Anápolis, do candidato Antônio Gomide e do candidato Márcio Corrêa, há uma diferença enorme de contribuição em favor da cidade. Caso aconteça essa possibilidade, essa hipótese que você colocou, nós não vamos ter dificuldade de fazer esse debate e de aprovar, porque não é um projeto do Rimet [Jules], do vereador, do PT, do [Antônio] Gomide. É uma questão que está emergencial no mundo inteiro, no planeta. 

O senhor será mais rígido nas cobranças?

Ainda é precoce. Na semana que vem, se quiserem, eu volto aqui para a gente já se posicionar após o resultado das eleições. Mas não existe eleição e não existe cenário definido enquanto não se apurar as urnas, né? Então, esse debate, esse posicionamento, nós só faremos a partir do resultado. Agora eu já garanto uma coisa. O nosso histórico como democrata, como republicano, como advogado, é de respeitar o resultado das urnas, é de respeitar a vontade popular. Não tem por que a gente ir para o debate para querer vingar voto, para fazer revanchismo, oposição por oposição. Não, não é isso de forma nenhuma. É claro que se o prefeito eleito não for o do nosso projeto, o Antônio Gomide, nós estaremos na oposição. Mas nós não vamos fazer oposição por oposição. Até porque o prefeito vai sair de um grupo político, ele vai entrar na casa sem conhecer nada. Ele vai começar a trabalhar. Então, a gente tem que entender que o prefeito vai precisar de um tempo para poder organizar. Agora, uma coisa eu garanto. Nós vamos acompanhar com lupa os contratos, os editais, o diário oficial.

Mas se for o Antônio Gomide, também?

Com certeza, com certeza. Agora, se for o Antônio Gomide, nós vamos ter um papel mais proativo, nós vamos ter um papel de ajudar a gestão.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.