O câncer de mama, o tipo mais frequente entre as mulheres e também o mais letal, deve atingir números alarmantes em 2024. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta 73.610 novos casos no Brasil até o final do ano. Contudo, há esperança: quando diagnosticado precocemente, o câncer de mama pode ter uma taxa de cura de até 90%.
Além das especificidades do tratamento, como quimioterapia e radioterapia, o diagnóstico traz uma série de desafios emocionais para a paciente, afetando sua autoestima e alimentando temores. Nessa jornada, o apoio psicológico se torna crucial, mas não substitui a importância de uma rede de apoio sólida. É o que aponta a médica da família, Evelyn Ramos.
“A quimioterapia, a radioterapia, as cirurgias e outros métodos de combate ao câncer de mama costumam ter efeitos colaterais que impõem algumas consequências físicas, ainda que temporárias na maioria dos casos, que acabam afetando ainda mais a paciente. Nesse contexto, a participação da rede de apoio é fundamental até para o sucesso das técnicas adotadas”, explica.
Evelyn ressalta que a compreensão e a paciência são fundamentais durante o enfrentamento do câncer de mama. Segundo ela, as pessoas próximas podem ser um grande apoio em diversas situações cotidianas. “Pessoas íntimas da paciente podem ajudar de diversas formas, por exemplo, acompanhando em consultas e exames e prestando suporte nesses momentos, o que, em geral, ajuda a pessoa a se sentir mais segura”, diz a médica. Ela também destaca a importância de se estar atento a sinais de estresse emocional ou depressão. “Quem convive com a paciente já conhece seu comportamento habitual e pode identificar alterações que exigem atenção", alerta.
Outro ponto enfatizado pela especialista é o incentivo a um estilo de vida saudável, que pode ser reforçado com a ajuda de amigos e familiares. “É fundamental ajudar na adoção de dietas mais saudáveis e na prática de atividades físicas, sempre seguindo as orientações médicas, claro. Isso contribui para que a paciente mantenha sua qualidade de vida, mesmo durante o tratamento,” afirma. Ela lembra ainda que atividades prazerosas devem ser incentivadas, pois ajudam a enfrentar o período de tratamento de maneira mais leve.
A prevenção também é uma peça chave no combate ao câncer de mama. A mamografia, exame radiológico que detecta alterações no tecido mamário, é fundamental para identificar tumores de forma precoce. “O Ministério da Saúde recomenda a mamografia a partir dos 50 anos, com repetição a cada dois anos até os 69. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere começar aos 40 anos”, orienta. Para ela, a detecção precoce é essencial. “Identificar a doença nos estágios iniciais faz toda a diferença no sucesso do tratamento e nas chances de cura", reforça.
A médica lembra que o enfrentamento do câncer de mama vai além dos procedimentos médicos, sendo uma luta que requer apoio emocional e um ambiente acolhedor. “Não é só sobre tratar o câncer, é sobre cuidar da pessoa, garantindo que ela sinta segurança e qualidade de vida ao longo de todo o processo,” conclui Evelyn Ramos.