Goiás CAUTELA

Pouca chuva no início da primavera pode atrasar o plantio de grãos em Goiás, afirmam especialistas

Dados do Cimehgo apontam que precipitação ainda é incerta no mês de setembro

11/09/2024 09h00 Atualizada há 1 mês
Por: Lucas Tavares
Foto: Reprodução/Governo de Goiás
Foto: Reprodução/Governo de Goiás

As primeiras informações divulgadas pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) sobre as chuvas no segundo semestre de 2024 pouco animam a população e os produtores rurais. Isso porque, até o início da primavera, no final de setembro, as chances de chuva são baixas, enquanto o calor e baixa umidade predominam.

Segundo o engenheiro agrônomo, produtor de grãos em Silvânia e Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja Goiás), Clodoaldo Calegari, o atraso no estabelecimento do regime de chuvas e a possibilidade de volumes preocupam, especialmente no início das atividades de plantio da safra de verão, entre os meses de outubro e janeiro.

“Isso pode acarretar alguns danos aos produtores de grãos. Em um primeiro momento, as chuvas irregulares não permitem o estabelecimento de um stand ideal de plantas, isso pode se traduzir em um resultado final abaixo do esperado”, afirmou ao DM Anápolis.

O produtor destaca que este atraso empurra a janela de plantio da segunda safra para mais adiante, o que pode causar a diminuição na qualidade e produtividade, assim como uma eventual diminuição de área plantada.

“Nesta safra, em especial, já estamos com previsão de margens muito ajustadas, o que não nos deixa espaço para erros”, continua. Outro fator que preocupa os produtores é a ocorrência de incêndios nas áreas de cultivo.

“O fogo nas palhadas tira a proteção do solo e diminui os teores de matéria orgânica bem como a atividade biológica do mesmo. Isso, certamente, trará prejuízos aos cultivos e uma demora de anos para recuperação total desses talhões”, completou Clodoaldo.

Pensando especificamente nas duas principais culturas entre setembro e dezembro, a soja e o milho, o engenheiro agrônomo e assessor técnico de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Thiago Castro, alertou sobre os riscos de se plantar nas primeiras chuvas.

“Toda produção agrícola precisa de água. Falando dessa previsibilidade de chuvas nesse período, a gente tem que tomar cuidado, principalmente no início das chuvas, antes da estabilização dela, para iniciar os plantios, pois os dois principais períodos em que a planta demanda água é justamente na germinação e no meio para final do período reprodutivo”, explica.

Segundo ele, é importante que os produtores avaliem e acompanhem climatologicamente a regularidade das chuvas na região para que não tenha uma queda na produtividade ou até mesmo a morte das plantas. “Nesse caso são mais gastos para o produtor rural”, destacou.

“Um fator importante para o produtor rural acompanhar, é buscar cultivares, focando principalmente na soja, que sejam mais resistentes à questão hídrica, ao estresse hídrico, como a gente chama”, concluiu Thiago.

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