Anápolis DIREÇÃO CONSCIENTE

Delegado diz que prefeitura faz repasses em dia para operações da DICT

Titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito afirma que município cumpre convênio à risca

02/09/2024 14h00
Por: Orisvaldo Pires
Parceria com a gestão municipal disponibiliza viatura apropriada, combustível e horas extras para os agentes. Foto: Polícia Civil
Parceria com a gestão municipal disponibiliza viatura apropriada, combustível e horas extras para os agentes. Foto: Polícia Civil

O titular da Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito de Anápolis (DICT), Manoel Vanderic Correa afirmou ao DM Anápolis e à Rádio Manchester FM, na sexta-feira, 30, que a Prefeitura cumpre rigorosamente o convênio firmado com a Polícia Civil, para assegurar as operações semanais realizadas para combater crimes de trânsito na cidade, cometidos por motoristas que dirigem embriagados. Segundo ele, a parceria estabelece que o município faça repasses que garantam a realização de quatro operações mensais. 

A declaração do delegado contrasta com informações publicadas nas redes sociais na semana passada, dando conta que a Operação Direção Consciente, realizada pela DICT, poderia acabar por falta de repasse da prefeitura. “Existe um convênio em andamento entre a Prefeitura e a DICT para quatro operações por mês, que continua, pelo menos até o final desta gestão. Esperamos que o próximo gestor assuma esse compromisso, que beneficia a sociedade em geral”, explicou o delegado. 

Manoel Vanderic explicou que, há algum tempo, manifestou ao prefeito Roberto Naves (Republicanos) a necessidade de ampliar o número de operações, além das quatro que a Prefeitura paga por meio do convênio com a DICT. Além desse convênio, o município mantinha outro convênio específico com a Delegacia Regional de Polícia Civil de Anápolis (DGPC), cujos recursos eram utilizados em outras ações da instituição. 

Roberto Naves, segundo Vanderic, teria informado à DGPC sobre o desejo de ampliar o convênio com DICT. Entretanto, o delegado regional à época teria dito ao prefeito que não seria necessário destinar mais recursos, pois a DGPC, dentro de sua parceria específica, estaria devolvendo ao município uma parte da verba que sobrava mensalmente. E que essa sobra seria remanejada para aumentar o número de operações da DICT. O que foi feito. As operações contra crimes de trânsito subiram então de quatro para oito ao mês. 

 

PRIORIDADE

Acontece que, segundo Manoel Vanderic, a partir deste ano de 2024 a DGPC suspendeu os repasses de seu convênio [com a prefeitura] para DICT, que voltou a contar apenas com seu convênio específico com o município, que garantia a realização de quatro operações. Segundo ele, a verba que antes era repassada pela DGPC, agora foi redirecionada para outras prioridades, como combate às drogas, homicídios e para a central de flagrantes, entre outros. 

Então a DICT deixou de receber esse acréscimo do convênio da DGPC-Prefeitura [que garantia mais quatro operações], mas continua recebendo mensalmente em dia os recursos do convênio DICT-Prefeitura [que garante quatro operações mensais]. Manoel Vanderic avalia que apenas as quatro operações atuais são insuficientes diante da grande demanda em relação ao combate aos crimes de trânsito em Anápolis. Assim, no mês de julho passado, disse, solicitou ao prefeito Roberto Naves que avaliasse a possibilidade de dobrar o número de operações. 

A resposta do prefeito, disse Manoel Vanderic, foi positiva. Entretanto, a ampliação ainda não foi deferida no âmbito da administração municipal, segundo ele por indisponibilidade financeira. O delegado reafirma que o convênio DICT-Prefeitura está em plena execução e tem garantido as quatro operações mensais. A ampliação, disse Vanderic, é importante para que todas as semanas do mês fiquem cobertas. 

 

CRIMES

Além dos crimes de trânsito as operações, afirma o delegado, como são itinerantes e dinâmicas, circulando pela cidade de madrugada, já realizaram prisões em flagrante de crimes de tráfico, receptação, porte ilegal de arma, contrabando, violência doméstica, estupro, furto e roubo. Manoel Vanderic defende que os crimes de trânsito sejam tratados com prioridade pela Segurança Pública em todo o país. Lembra que, todos os anos, pelo menos 50 mil pessoas perdem a vida no Brasil em decorrência dos crimes de trânsito especialmente e, também, em acidentes. 

“Não se percebe uma resposta do Estado. Na maior parte das cidades não existe sequer operação ou blitz da lei seca. Em Anápolis as operações acontecem porque a Prefeitura entendeu, após intermediação da DICT, que esse combate é necessário”, disse o delegado. A maior parte dos atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), afirma Vanderic, é de pessoas vítimas de crimes de trânsito. “Envolve muitas vítimas, emperra os leitos de UTI, trava a saúde pública. Antes não tínhamos sequer uma viatura e combustível para fazer as operações à noite”, explicou. 

Disse ainda que os policiais que forma a equipe das operações não são exclusivos da DICT, são também de outras delegacias, como a DEAI (idoso/deficiente) e do GEACRI (crimes raciais). Antes da retirada do repasse complementar da DGPC o trabalho contava com até 15 policiais. Com o suporte do convênio DICT-Prefeitura, o trabalho conta com 12 profissionais, entre agentes e escrivães e delegado, compondo uma única equipe.

 

ESTATÍSTICAS

Por fim, Manoel Vanderic explica que a maior justificativa para se manter a realização da Operação Direção Consciente é a própria redução do número de mortes em função de crimes de trânsito. “Apesar da embriaguez ao volante ser um crime por si só autônimo, no mundo inteiro o foco é diminuir os casos graves de mortes”, ponderou. Em Anápolis, segundo ele, as mortes têm reduzido ao longo dos anos. Em 2021, o mais violento, foram 132 mortes. Em 2022 caiu para a casa dos 90. Em 2023 foram 83. Esse quadro, afirma, é em função das operações. 

 

*Colaborou Lucivan Machado

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