Trícia diz que sempre planejou cumprir um único mandato

“No fundo, no fundo, eu acho que eu não me adapto muito bem a esse ambiente político”. A frase é da vereadora Trícia Barreto (MDB) que decidiu não disputar a reeleição, mesmo cotada como uma das favoritas dentro do seu partido a conquistar uma cadeira na Câmara de Anápolis para a próxima legislatura.

Trícia falou sobre a estranheza ao mundo político em entrevista à Rádio Manchester nesta terça-feira, 6, o dia seguinte ao fim das convenções que definiram as chapas de candidatos a prefeito e vereador. A frase que abre o texto foi dita quando o assunto era o MDB. Para a vereadora, partido é igual time de futebol, portanto ela não se imagina migrando de um para o outro (por isso a não adaptação). “Fazendo a dança das cadeiras”, comentou.

Ironia ou não, o mentor de Trícia na política, Márcio Correa, acabou deixando justamente o MDB e se filiando ao PL como estratégia para a disputa de prefeito. Questionada se estará na campanha do aliado, a vereadora respondeu: “ativamente”. “Sou coordenadora do grupo feminino do Márcio. Estou firme e forte”, completou.

Trícia disse que ao longo dos meses que antecederam o período de convenções, conversou muito com o presidente estadual do MDB, vice-governador Daniel Vilela, e com o próprio Márcio Correa, o qual ressalta que deve muito a ele pelo seu início na política. E reforçou: “Estou disponível para ele no sentido de ajudar, de somar para o grupo”. A vereadora lembrou que é vice-presidente municipal do MDB.

A desistência de tentar a reeleição, segundo Trícia, é um projeto antigo. “Desde que eu coloquei meu nome disponível para enfrentar essa disputa, eu já havia planejado isso, de ficar um mandato”, comentou. Ela estreou em eleições em 2020, se elegendo em segundo lugar na chapa emedebista, com 1.561 votos.

Com o pensamento de um único mandato, a vereadora revelou que seu plano desde sempre foi tentar fazer o máximo de coisas positivas para a população. “Votei contra os projetos contrários aos interesses da população e consegui aprovar alguns projetos de lei da minha área, a saúde”.

Segundo a médica Trícia, chegou o tempo de ela se dedicar ao seu consultório, embora pretenda seguir ajudando, “só que por trás, nos bastidores”. Questionada se o mandato a atrapalha profissionalmente, a vereadora disse que a divide. 

“Eu não estou 100% em lugar nenhum. Eu não consigo me dedicar 100% às minhas pacientes, e nem 100% na política. Então chegou a hora de escolher e a minha profissão sempre vai falar mais alto”, respondeu.

“As pacientes ficam inseguras. Eu faço parto, menos, mas faço obstetrícia. Elas perguntam: e quando eu precisar? Você estará na Câmara?”, revelou Trícia. Segundo ela, “chegou a hora de passar o bastão para outra pessoa”. E completa: “de preferência outra mulher, de preferência que assim como eu, não vê a política como profissão, e sim como instrumento transformador”.