O Arraiana é conhecido por trazer artistas da música sertaneja e cristã, porém, um estilo específico garantiu seu espaço em mais uma edição: o rap. Nesta terça-feira (30), o rapper anapolino Serbêto Mssário trouxe sua mensagem para mais de 20 mil pessoas.
Com um público majoritariamente fã do tradicional sertanejo goiano, o artista buscou trazer novos elementos para o show, como a participação de B-boys (dançarinos) e letras que remetem a sua origem, na Vila Formosa, em Anápolis, fazendo com que centenas de pessoas se reconhecessem nos versos.
“O rap que eu cresci escutando, valoriza a origem de cada MC. Por exemplo, os Racionais MC’s, que é uma referência, falam muito do Capão Redondo, a gente escutou MCs falando da sua residência, dos seus pais, da vivência. A Vila Formosa foi onde eu fiz os meus melhores amigos, estudei nas escolas públicas dali, joguei futebol na rua, bolinha de gude, vivência de criança mesmo”, relembrou.
“Então, eu acho que é válido, toda vez que eu cantar em um evento grandioso como esse, eu poder valorizar o meu povo, o lugar de onde eu vim e todos aqueles que estiveram comigo no processo”, completou Serbêto.
Sobre o desafio de cantar em um evento onde o público é majoritariamente do sertanejo, o rapper afirmou que, em anos anteriores, chegou a questionar sua participação, mas que percebeu que a presença do rap no evento era fundamental, assim como outros estilos.
“Antes de cantar no ano passado eu tinha uma certa resistência, mas eu troquei uma ideia com o meu B-boy e eu falei: mano, e aí? Fomos convidados, mas é um povo do sertanejo. E ele deu uma ideia que hoje eu entendi. Basicamente, quem vai estar lá também é de periferia, nem sempre é alguém que escuta só sertanejo, é onde chega o eletro funk e o rap para a galera poder curtir”, destacou.
“Então, onde o público do sertanejo está, também existem pessoas de periferias, pessoas que são ecléticas e querem só curtir o evento. Essa parada me fez entender e aceitar estar aqui com mais naturalidade”, continua. Participaram do show o B-boy Xandin (Grupo Rock Ninjas); B-boy Kaper (Grupo Break Não Para); DJ Alemão; e Grupo Mentilícita, composto por Elias Daniel e Débora Franco.
“Toda experiência é incrível. Ano passado eu também estive aqui, fiz um show e isso me motivou para esse ano de novo. Cada vez que eu venho é uma atmosfera diferente, um ambiente diferente. É muito da hora poder trazer o rap para esse evento, que quase nunca tem alguém da cultura underground”, concluiu.
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