O pré-candidato Márcio Correa (PL) foi o penúltimo entrevistado da série realizada pela Rádio Manchester com os nomes que estão postos em Anápolis para a disputa majoritária. Correa falou, principalmente, sobre propostas para fomentar o setor produtivo, mas também tratou de política, apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e implantação da Guarda Municipal. Leia a seguir os melhores momentos da entrevista concedida a Serleyser Araújo, Fernanda Morais, Lucivan Machado e Carlos Roberto.
Por que o senhor quer ser prefeito da cidade de Anápolis?
Sou anapolino, anapolino raiz, construí minha família aqui, tenho minhas empresas, entendo a vocação empreendedora do povo anapolino, mas, sobretudo, as vocações de Anápolis, que muitas das vezes estão subaproveitadas. Aproveitando que prosperei nessa cidade, com muito trabalho, mas principalmente com o apoio da minha família, da minha esposa, especialmente, no período que fui dentista por 20 anos, ali na Avenida São Francisco, hoje atuo na área empresarial.
Você estava no MDB e migrou para o PL. Por quê?
Isso foi natural depois da minha ida para Brasília. No ano passado assumi o mandato de deputado federal. Ali fiquei quatro meses. Aproximei-me das lideranças nacionais da direita, sobretudo do PL. O MDB também tem lideranças da direita, como um grande amigo que construí uma amizade lá, o ex-ministro e deputado Osmar Terra, mas me aproximei muito do pessoal do PL, das forças políticas. Tive um papel de oposição ao governo atual. Com essa aproximação recebi o convite de estar migrando para o PL. Conversei muito, dialoguei com as forças políticas, dialoguei com o meu grupo político de Anápolis e compreendemos que ali era o melhor caminho.
O senhor sendo eleito, vai ficar contra o governo federal?
Não é contra o governo. Governo não fica contra governo, governo anda junto com governo. Agora, nem por isso eu vou caminhar e convergir dentro daquilo que eu acredito, com os ideais, tanto do ponto de vista de agenda econômica, como do ponto de vista de agenda ideológica. Agora, do ponto de vista de desenvolvimento da cidade, benefícios para a cidade, o governo tem que buscar caminho com o governo. Agora, do ponto de vista de agenda econômica e ideológica, eu sempre me posicionei, sempre vou me posicionar, independente da posição que eu estarei ocupando.
Nós tivemos o governo do PT durante dois mandatos e mais oito anos do Roberto Naves. Você acha que Anápolis estagnou, avançou ou retroagiu nesses períodos?
A gente precisa entender que a Anápolis perdeu a sua capacidade de investimento nas duas gestões. E hoje faz investimento a custa de empréstimo. Não estou dizendo que é ruim fazer empréstimos para fazer investimento, mas hoje, infelizmente, se pega esse recurso com juro altíssimo e eu gosto de fazer comparações. Rio Verde, por exemplo, está fechando um pacote de obras agora, R$ 500 milhões, com recurso próprio. Hoje nós estamos pagando uma taxa de juro de 135% mais CDI, que dá mais ou menos 17% ao ano, que é um juro alto pelo valor de empréstimo. Hoje nós pagamos uma média de mais de R$ 200 mil ao dia de juro, sem amortização do saldo devedor. Foi lançado o Politec. Eu acho a localização excelente para atingir a região norte da cidade. Anápolis precisava desse polo industrial, só que não foi feita pesquisa, até mesmo consulta prévia com a Saneago. Porque lá não tem viabilidade nem de água, nem de energia. Por que a infraestrutura pronta não está lá? Por que não tem o Anápolis Investe lá Isso eu estou falando aqui, na minha imaginação.
O senhor sendo eleito não terá o Politec naquele local?
Não é que não vai ter o Politec, tem que resolver o problema de infraestrutura. A iniciativa para lançar o empreendimento tem que ter o atestado de viabilidade técnica positivo, tem que ter liberação de carga da Equatorial e se tem contrapartida, tem que estar realizada, cumprir todas as etapas de aprovação para depois lançar o empreendimento. Agora o poder público não pode passar a carroça acima dos bois. Resolve os problemas crônicos, resolve os problemas de infraestrutura, depois lança. Eu não posso criticar o Politec. Eu sempre defendi a capacidade empreendedora da cidade que precisa de novos polos industriais.
Natal de Coração, Força Tática Municipal e Arraiana. O senhor sendo prefeito, mantém ou não esses projetos?
Eu discuto que os projetos têm que ser projetos de cidade, não de governo. Falar que vai manter o Arraiana, isso é muito cedo, muito precoce. Depende da condição fiscal do município. A gente faz festa quando a situação econômica permite. Eu acho que o prefeito é gestor do recurso do cidadão. Então, se o momento do cidadão for de festa, vamos fazer festa. Se o momento do cidadão for para priorizar a saúde, resolver o represamento de exames, de cirurgias, vamos focar. Então eu acho que isso tem que ser um diálogo constante com o cidadão. Agora fazer um momento festivo no final do ano é maravilhoso. A Força Tática é um acerto aí do banco de horas e gestões anteriores que mudou o nome. E uma grande demanda da população é a segurança pública, um trabalho em conjunto com o governador Ronaldo Caiado. Temos a segurança pública do Estado de Goiás que é uma vitrine para todo o país. Precisamos também pensar na segurança e na proteção dos prédios públicos, do patrimônio público.
O senhor pretende implantar a Guarda Municipal?
Sim, no sentido de proteção do patrimônio público. Mas manter a Força Tática pela segurança preventiva e ostensiva. Eu acho que às vezes se gasta muito com terceirizados, onde a gente pode prestigiar e dar estabilidade para o servidor do município, se gasta milhões hoje com terceirizados em diversas áreas. E é um desejo da cidade, sim, em relação à Força Tática e precisamos proteger o nosso patrimônio público e esse seria o papel da Guarda Municipal.
Qual o peso da presença de Bolsonaro aqui numa campanha para prefeito da cidade?
Olha, a gente está disputando a eleição, primeiro pelos projetos que nós temos para a cidade. Já relatei anteriormente, temos bons projetos em várias áreas. Não é segredo para ninguém os desafios que nós temos na saúde, os desafios que nós temos na área econômica, na infraestrutura, na educação. Nós temos grandes desafios. Agora, precisamos de força política. Todo mundo sabe o campo político que eu represento hoje, que eu defendo. E a presença de um líder político aqui fortalece ainda mais, consegue agregar esse campo político, essa força política. Mas, sobretudo, os projetos que nós temos para a cidade serão um grande diferencial junto com o apoio político da direita anapolina. Assim a gente vai conseguir ter o êxito durante esse processo eleitoral.