O pré-candidato a prefeito Michel Roriz, do Cidadania, foi o entrevistado da Rádio Manchester na última sexta-feira, 26. Ele trouxe ao debate a questão da mobilidade urbana, principalmente na região central da cidade, mas também falou sobre saúde, saneamento básico e o que pensa sobre a continuidade de projetos da gestão atual. Roriz foi entrevistado por Serleyser Araújo, Lucivan Machado e Carlos Roberto. Confira os principais momentos da entrevista de 30 minutos.
Por que o senhor quer ser prefeito de Anápolis?
É a cidade que eu nasci, que eu cresci, que eu estudei, que minha família cresceu, é a cidade que eu amo. Em primeiro lugar, eu quero o melhor para Anápolis. E a gente entende que a política, na forma macro, com as políticas públicas corretas e resolvendo os problemas dos quais a população precisa ser assistida, a gente vai conseguir ajudar de forma orgânica uma grande quantidade de pessoas. Por isso ser candidato a prefeito de Anápolis.
Na educação nós temos hoje um déficit de vagas nos cmeis. De que forma você pretende, uma vez prefeito, resolver esse problema?
A gente precisa entender que o orçamento da cidade de Anápolis, que já foi fechado, inclusive passado para a gente, é suficiente para que a gente possa obrigatoriamente investir nessas unidades e construir mais cmeis. Isso é importante, é fundamental e a gente precisa fazer isso. Outra alternativa é uma parceria público-privada. Acho que a intenção que a gente tem é construir uma boa relação com as indústrias, com os atacadistas na cidade de Anápolis, que é uma cidade rica economicamente, e fazer uma parceria público-privada para que a gente possa investir em unidades que possam assistir a essas crianças e para que os pais e as mães tenham condições de trabalhar e dar uma educação melhor para os seus filhos.
Hoje, na sua visão, o que seria mais difícil para você dentro do seu planejamento político?
Hoje a gente tem uma dificuldade porque Anápolis não teve uma expansão urbana de forma planejada. Então a dificuldade que nós teremos na gestão, a partir de janeiro do ano que vem, obrigatoriamente, é mobilidade, entender o alargamento das vias principais da cidade, que isso é fundamental, fazer com que o Centro, que é um gargalo hoje, e tem elefantes brancos, a gente sabe que hoje tem vários edifícios no centro da cidade que estão praticamente inativados, gigantes, com boa estrutura, que não são utilizadas.
O trânsito é complicado em ruas do Centro e os proprietários do comércio dificultam o trânsito nas ruas e calçadas.
A gente tem a intenção, dentro do nosso plano de governo, de desapropriar uma parte do Centro, onde você tem uma região inativa ali daquelas antigas oficinas, aqueles galpões mais ao fundo do Centro, para que possa construir ali um estacionamento da prefeitura, com parceria público-privada também. Você cobra, gera receita, faz investimento. É onde eu falei, existe uma dificuldade porque vai envolver donos de imóveis, existe uma mecânica toda econômica. Mas tem como resolver.
Qual é o valor que Anápolis tem de estimativa para o no ano que vem e desse valor, qual área que você entende precisa melhorar em termos de valores?
R$ 2,5 bilhões é o que a gente recebeu e o nosso investimento vai ser fortemente na área de saúde. Pode remanejar recursos e a gente tem o entendimento que a Anápolis precisa hoje fazer com que as portas da saúde se abram, a gente precisa que resolva esse problema, então a gente vai fazer um investimento acima do que é permitido por lei. Acho que isso é importante para todo município entender que existe uma legislação sobre investimentos na saúde, na educação, existe fundo a fundo. Então a gente vai fazer um levantamento do MAC, que é o Teto da Média e Alta Complexidade, para vocês e a população terem entendimento, quando você fatura dentro das unidades básicas de saúde, quando você fatura procedimentos, você sobe esse faturamento do Ministério da Saúde, você aumenta o teto MAC, que é a média e alta complexidade. Então a Anápolis teve uma falha grande, não digo dessa gestão, mas de todas as gestões que passaram anteriormente, de não fazer um cumprimento e o faturamento correto.
O senhor é a favor das OSs?
Eu sou no seguinte aspecto: A gente sabe que OS em alguns municípios deram certo e em outros não deram certo. Existem OS e OS. Vamos entender. Se uma instituição for séria, se uma Organização Social for séria, e eu entendo que as organizações sociais voltadas às universidades podem ajudar muito o município, por conta da desburocratização do sistema.
Natal de Coração, Força tática e Arraiana: sendo prefeito, mantém ou acaba com algum deles?
A gente tem que ter o entendimento de que o que é bom para o município tem que permanecer. Eu penso dessa forma. Eu acho que Anápolis já passou da hora de ter uma guarda civil municipal. A gente tem estrutura para isso. Eu acho que o formato que a atual gestão fez de bancos de horas, se não me engano, é uma boa alternativa. Porque hoje a gente tem um grande gargalo na segurança pública em qualquer região. Não é só Anápolis. A gente sabe que aumentou o índice de violência em alguns municípios por conta de drogas e tráfico.
Mas Anápolis teve redução nos índices de violência.
Sim, sim. Mas eu entendo assim, a gente ainda tem grandes problemas. Quando eu digo que a gente tem problemas, é porque se você andar, por exemplo, hoje pela manhã na cidade de Anápolis, você vai encontrar adictos que são usuários de crack, de drogas, rondando a cidade. Você não pode falar que você tem segurança. Isso é um problema.
E o Natal de Coração e o Arraiana?
Eu entendo que o Natal de Coração consegue fazer um trabalho para que atinja os bairros de forma que é bom a população ter um acesso e você ajuda as pessoas. Agora o Arraiana, a intenção, eu vejo que hoje é algo que eu não manteria, porque eu acho que você usar o dinheiro público para contratar cantores e eventos por conta de arrecadação de alimentos. Primeiro que eu não acredito no assistencialismo. Eu acredito que a população precisa ser assistida sim, lógico que a população que tem vulnerabilidade alimentar, ela precisa ser atendida, mas você precisa investir em condições para que a pessoa tenha dignidade, possa trabalhar e dar dignidade humana aos seus filhos, trabalhar, estudar e ter uma profissão. O Arraiana para mim, na minha gestão, na nossa gestão da federação, ele não permanece.
Caso eleito, o senhor mantém a Saneago?
A gente tem que sentar com o governo, acho que manter a Saneago é importante, é um aspecto da estrutura que o governo tem para isso, mas o município tem que ter os seus investimentos para que a gente possa ter uma condição de melhorar a qualidade da água, fazer os investimentos corretos na rede, isso é importantíssimo.