Todos somos iguais?

Assim como já houve tantas lutas e conflitos políticos ao longo da história da humanidade, para combater a desigualdade ao longo dos anos, também foram estudadas e elaboradas estratégias para ir ao encontro as melhores formas de combate a essas desigualdades.

Sabemos que não é fácil essa luta e nunca será, pois quando se trata de desigualdade isso nos mostra como nossa sociedade tem se tornando cada vez mais individualista e capitalista ao extremo. Todos são iguais perante a lei e isso nos fala de uma igualdade social em todas as áreas em que vivemos e nos relacionamos. Afinal o que é ser tratado com igualdade?

A doutora em antropologia social Ana Paula Comim de Carvalho nos mostra que podemos agrupá-las em duas posições: a de igualdade de oportunidades e a igualdade de resultados. Na igualdade de oportunidades - todos deveriam ter a mesma oportunidade de alcançar os benefícios e as recompensas que uma sociedade torna disponível. Desse modo a posição que uma pessoa chega em uma sociedade: o seu trabalho, sua renda, seu patrimônio, entre outros deveria depender apenas dos seus esforços, sua capacidade e livre escolha.

Na igualdade de resultados a antropóloga social Ana Paula Comim de Carvalho nos diz que existem alguns aspectos que geram discussão como: 1- Igualdade de quê?; 2- Como medir a igualdade?; 3- Qual tipo de igualdade deve ser valorizada?

 O primeiro ponto nos diz que a mesma renda não pode implicar em igualdade, porque os indivíduos têm necessidades específicas. Agora o segundo ponto não envolve apenas questões técnicas como: qual a distância do que ganha mais para o que ganha menos? A renda média por indivíduo ou família? E assim por diante, mas envolve também questões políticas como: do que a sociedade considera relevante?

Esse último ponto é muito importante porque em uma sociedade onde as pessoas se encontram divididas entre si por barreiras de classe social, é pouco provável que elas compreendam e sintam solidariedade pela situação das outras.

Vemos então que esse combate ainda está longe de terminar, porque enquanto houver indivíduos dispostos a ganhar com a exploração e opressão dos menos favorecidos essa luta se estenderá ainda por longos anos, trazendo sempre essa desigualdade gritante entre o que explora e o que é explorado. A sociedade contemporânea precisa urgentemente recuperar um profundo respeito pela total santidade da vida humana diz "Ronald Sider".

Todo ser humano precisa ser tratado com dignidade e respeito, somente assim podemos ter uma sociedade mais justa e igualitária. O verdadeiro sentido da vida não está no acumular, mas sim no repartir, pois qual sentido faz viver neste mundo somente para mim mesmo? Que mérito posso ter adquirindo tanto e vendo meus semelhantes as margens da sociedade revirando latas de lixo e não tendo onde dormir?

Admiro a história de vida do pastor americano Martin Luther King Jr que lutou até o último dia de vida contra o racismo (segregação racial), sua história é um convite a todos nós para que lutemos contra os sistemas de racismo, preconceito e opressão que marcam nossa sociedade ainda nos dias atuais.

Darci Junior é servidor público, escritor, teólogo e assistente social.