Goiás AGRONEGÓCIO

Faeg critica Plano Safra: "recursos insuficientes para o setor"

Entidade aponta que recursos anunciados pelo governo federal ficam aquém das necessidades do setor agropecuário, que deve enfrentar desafios para a próxima safra

09/07/2024 19h00
Por: Emilly Viana
Foto: Enio Tavares / Seapa
Foto: Enio Tavares / Seapa

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) manifestou insatisfação com o Plano Safra 2024/2025, anunciado pelo governo federal na última quarta-feira (3). O plano destina R$ 476 bilhões ao setor agropecuário, com R$ 400,59 bilhões voltados para a agricultura empresarial e R$ 76 bilhões para a agricultura familiar. A Faeg considera que os recursos disponíveis são insuficientes para atender às reais necessidades do setor.

“Esperávamos um montante maior de recursos. Segundo a Proposta do Plano Safra que foi apresentado pela CNA ao Governo Federal, após consulta às federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, em encontros realizados com representantes das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), necessitaríamos de R$ 570 bilhões em recursos financiáveis, em detrimento aos R$ 476 bilhões anunciados para a agricultura familiar e para os demais produtores”, afirma a nota da entidade.

A proposta inicial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugeria R$ 470 bilhões para a agricultura empresarial, sendo R$ 359 bilhões para custeio e comercialização e R$ 111 bilhões para investimentos, além de R$ 100 bilhões para a agricultura familiar. A Faeg destaca que o valor anunciado ficou abaixo dessas expectativas, com um aporte de apenas R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 76 bilhões para a agricultura familiar.

A Faeg também aponta uma lacuna significativa no plano: os recursos para o Seguro Rural. Foram anunciados pelo governo R$ 1,1 bilhão, sendo que a necessidade que o setor solicitou foi de R$ 3 bilhões para 2024 e R$ 4 bilhões para 2025.

Além disso, a Faeg aponta para a falta de inovação e os cortes em linhas de crédito essenciais. “Nota-se que não houveram grandes novidades na disponibilidade de crédito. Tivemos queda de recursos em 4 principais linhas de crédito, como o RenovAgro Ambiental, em que a disponibilidade dos recursos caiu 17,86%, de R$ 280 milhões para R$ 230 milhões; o investimento empresarial com queda de 28,27%; Prodecoop com queda de 5,26% e o Inovagro com queda no montante de recursos da ordem de 7,89%, de R$ 3,8 bilhões para R$ 3,5 bilhões”, diz a nota.

A crítica se estende também às taxas de juros, que, segundo a Faeg, permaneceram praticamente inalteradas. Houve apenas uma redução em uma das 13 principais linhas de crédito do Plano. A linha de crédito do Moderfrota, cuja alíquota passou de 12,5% para 11,5%. As demais mantiveram as mesmas taxas da safra anterior, variando de 7% no caso do RenovAgro Ambiental e PCA até 11,5%, como no Moderfrota.

A Faeg conclui que, apesar do aumento geral dos recursos destinados ao Plano Safra 2024/2025, o setor agropecuário ainda enfrenta desafios significativos. A proposta do plano não atende plenamente as necessidades identificadas pelos representantes do setor, revelando uma realidade complexa para os produtores rurais no próximo ciclo agrícola.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.