A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) manifestou insatisfação com o Plano Safra 2024/2025, anunciado pelo governo federal na última quarta-feira (3). O plano destina R$ 476 bilhões ao setor agropecuário, com R$ 400,59 bilhões voltados para a agricultura empresarial e R$ 76 bilhões para a agricultura familiar. A Faeg considera que os recursos disponíveis são insuficientes para atender às reais necessidades do setor.
“Esperávamos um montante maior de recursos. Segundo a Proposta do Plano Safra que foi apresentado pela CNA ao Governo Federal, após consulta às federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, em encontros realizados com representantes das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), necessitaríamos de R$ 570 bilhões em recursos financiáveis, em detrimento aos R$ 476 bilhões anunciados para a agricultura familiar e para os demais produtores”, afirma a nota da entidade.
A proposta inicial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugeria R$ 470 bilhões para a agricultura empresarial, sendo R$ 359 bilhões para custeio e comercialização e R$ 111 bilhões para investimentos, além de R$ 100 bilhões para a agricultura familiar. A Faeg destaca que o valor anunciado ficou abaixo dessas expectativas, com um aporte de apenas R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 76 bilhões para a agricultura familiar.
A Faeg também aponta uma lacuna significativa no plano: os recursos para o Seguro Rural. Foram anunciados pelo governo R$ 1,1 bilhão, sendo que a necessidade que o setor solicitou foi de R$ 3 bilhões para 2024 e R$ 4 bilhões para 2025.
Além disso, a Faeg aponta para a falta de inovação e os cortes em linhas de crédito essenciais. “Nota-se que não houveram grandes novidades na disponibilidade de crédito. Tivemos queda de recursos em 4 principais linhas de crédito, como o RenovAgro Ambiental, em que a disponibilidade dos recursos caiu 17,86%, de R$ 280 milhões para R$ 230 milhões; o investimento empresarial com queda de 28,27%; Prodecoop com queda de 5,26% e o Inovagro com queda no montante de recursos da ordem de 7,89%, de R$ 3,8 bilhões para R$ 3,5 bilhões”, diz a nota.
A crítica se estende também às taxas de juros, que, segundo a Faeg, permaneceram praticamente inalteradas. Houve apenas uma redução em uma das 13 principais linhas de crédito do Plano. A linha de crédito do Moderfrota, cuja alíquota passou de 12,5% para 11,5%. As demais mantiveram as mesmas taxas da safra anterior, variando de 7% no caso do RenovAgro Ambiental e PCA até 11,5%, como no Moderfrota.
A Faeg conclui que, apesar do aumento geral dos recursos destinados ao Plano Safra 2024/2025, o setor agropecuário ainda enfrenta desafios significativos. A proposta do plano não atende plenamente as necessidades identificadas pelos representantes do setor, revelando uma realidade complexa para os produtores rurais no próximo ciclo agrícola.