Anápolis EXPECTATIVA

Vanderic defende manutenção da Força Tática pela próxima gestão

Titular da Delegacia Especializada de Infrações de Crimes de Trânsito avalia que banco de horas com PC e PM é “louvável”

09/07/2024 10h57
Por: Orisvaldo Pires Fonte: Lucivan Machado
Manoel Vanderic Filho, além do programa de apoio à segurança pública, espera que novo governo amplie ações na área do meio ambiente. Foto: Reprodução
Manoel Vanderic Filho, além do programa de apoio à segurança pública, espera que novo governo amplie ações na área do meio ambiente. Foto: Reprodução

Sempre lembrado às vésperas das eleições, em função de sua expressiva presença no ambiente social e pela competência com que conduz suas ações no cumprimento do mister de delegado de polícia, partidos e políticos locais parece que já se conformaram com a realidade de que o delegado Manoel Vanderic Filho está fora de qualquer projeto político-eleitoral.

Em várias oportunidades, quando instado a comentar sobre a possibilidade de disputar eleição, Vanderic sempre deixou claro sua “ojeriza” pela política partidária e seu descrédito no modelo político exercido no Brasil. Nesta segunda-feira, 8, o titular das delegacias especializadas de Infrações e Crimes de Trânsito (DICT), e do Atendimento ao Idoso (DEAI) falou ao DM Anápolis e à Rádio Manchester, e reafirmou sua postura sobre o tema político.

Ao ser questionado sobre seu posicionamento, é direto: “política não é para mim, nem sou filiado a partido”. Disse que sua vocação é o trabalho que desenvolve na área da segurança pública e do apoio social àqueles que mais precisam. “Não acredito no funcionamento da política como existe atualmente, é muito vinculado ao legislativo, existe entrave onde há o ego dos políticos que trabalham para si mesmos. Não acredito nesse discurso do cidadão de bem que quer ir (para a política) fazer justiça. Quem já passou por lá e tem o mínimo de conhecimento sabe que não funciona. Sou muito imediatista, quero ver o resultado prático. Na hora”, ressaltou o delegado.

Mas também deixou claro que o fato de que, em pelo menos 15 anos de assédio de políticos e partidos jamais tenha balançado ou titubeado, está longe de afastá-lo do exercício de seu direito como cidadão em realizar críticas construtivas e cobrar a execução de políticas públicas em diversos setores. Instado a responder sobre o que espera do próximo prefeito ou prefeita, Manoel Vanderic citou dois temas: segurança pública e meio ambiente.

 

FORÇA TÁTICA

Manoel Vanderic Filho faz amplos elogios à parceria firmada pela Prefeitura de Anápolis com o Governo do Estado, junto à Polícia Militar e à Polícia Civil, pela qual o município disponibiliza viaturas, armamento e paga hora extra para que os policiais trabalhem além de seu horário normal de expediente. Essa parceria é personificada pelo programa ‘Força Tática’.

“Torço para que a próxima administração mantenha o convênio com a Polícia Civil e a Polícia Militar. Isso revolucionou o nosso trabalho. Essas operações da DICT, por exemplo, são feitas graças a este convênio da prefeitura. [...] Os agentes da DICT trabalham normalmente de segunda a sexta-feira, e, à noite e nos finais de semana, vão para as ruas graças a esse convênio, que os paga, já que o Estado não tem essa disponibilidade. A prefeitura cedeu, inclusive a viatura caracterizada que usamos”, explicou Manoel Vanderic.

Sem o convênio (Força Tática), assegura o delegado, “não há como realizar esse trabalho de combate à embriaguez ao volante, com a PM é a mesma coisa, o banco de horas quase duplica a presença dos policiais militares nas ruas, isso é inquestionável, esse convênio da prefeitura com os policiais é louvável”. Manoel Vanderic lembrou que, nos dias atuais, quase não se houve mais falar em furto ou roubo a residências, “antes era diariamente, hoje quase zerou, graças à atuação mais maciça da PM em cima desse convênio”. O delegado defende que o programa seja mantido e, se possível, ampliado, “para manter a sensação de segurança que existe hoje e que não havia até pouco tempo”.

 

MEIO AMBIENTE

Anápolis, reforça Manoel Vanderic, “é uma cidade importante e merece ser uma cidade que, esteticamente, seja mais bem cuidada, ajardinada, arborizada”. Segundo ele, essa preocupação pode ser percebida em outras cidades goianas e de outros estados. “Temos uma péssima cultura de cortar tudo. Não tem sombra para caminhar nas calçadas. Vamos derrubada de árvores e, também, plantio de árvores erradas”, alertou.

Manoel Vanderic comentou ainda que a questão da preservação ambiental é algo muito presente em sua vida. Lembrou que é filho de ambientalista. “Meu pai viveu plantando e arborizando o parque ambiental do bairro Anápolis City. Ele e um vizinho, que plantaram mais de 50 mil árvores. Então, cresci com esse hábito”, concluiu.

 

Idoso de 72 anos preso duas vezes por embriaguez ao volante no mesmo dia

O combate aos crimes de trânsito, mais que um compromisso profissional, se tornou uma responsabilidade de vida para o delegado Manoel Vanderic Filho. Graças ao convênio da Força Tática [programa bancado pela Prefeitura de Anápolis], em todos os finais de semana os agentes da Delegacia Especializada em Infrações e Crimes de Trânsito (DICT) realizam operações em várias regiões da cidade.

No último final de semana, por exemplo, das centenas de motoristas abordados pelas equipes, 52 foram flagrados dirigindo sob efeito de bebida alcoólica ou outros tipos de drogas. Desses, 10 foram presos em flagrante. Entre eles um idoso de 72 anos que, segundo o delegado, foi flagrado duas vezes na mesma noite dirigindo com teor de álcool no sangue acima do limite mínimo definido pela legislação. As abordagens ocorreram no Bairro Jundiaí e na Vila Formosa.

Na primeira abordagem, o idoso apresentou teor de 0,74 m/g de álcool no ar expelido pelos pulmões, aferido pelo etilômetro. Foi preso, levado à delegacia. O delegado estipulou fiança de dois salários mínimos. O idoso pagou e foi liberado para responder o processo em liberdade. O carro foi entregue a um outro condutor de confiança do idoso.

Mas, 45 minutos depois, o mesmo idoso, dirigindo o mesmo veículo, foi parado em outra operação, em outro bairro. E ainda estava embriagado: 0,66 mg/L de álcool. Preso, levado à delegacia, foi estipulada fiança de quatro salários mínimos. Foi levado à cadeia pública. Na audiência de custódia não conseguiu pagar a fiança arbitrada pelo juiz e, então, foi mantido detido.

Manoel Vanderic informou que o crime de trânsito por embriaguez pode resultar em detenção de até três anos, além de multa e suspensão do direito de dirigir. Segundo ele, somando-se a fiança, o advogado, o acordo de não persecução penal, as multas, os gastos podem chegar a R$ 15 mil. Quando o motorista se recusa a fazer o teste do etilômetro e tem sinais visíveis de alteração, é realizado o mesmo procedimento.

A fiança, segundo o delegado, pode ser arbitrada entre um e cem salários mínimos. Esse critério não é subjetivo e deve ser explicado dentro do despacho que a polícia faz ao Judiciário, pontuado especificamente na capacidade econômica do motorista e na gravidade da infração. Quando a pessoa embriagada motiva um acidente e ocorre lesão ou morte de alguém, o caso vai para outra tipificação e não cabe fiança em sede policial.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.