Após a assinatura da ordem de serviço, no último dia 24 de junho, a construtora responsável pela obra de conclusão do anel viário do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) deu início, nesta quarta-feira, 3, à montagem de alojamento, encaminhamento de maquinários e outros preparativos para, enfim, começar os trabalhos.
A esperada desde a nova licitação feita pelo governo atual é de quase dois anos. Em relação ao histórico completo da obra, o tempo é bem maior: o anel viário do Daia começou a ser feito ainda na gestão do PSDB, na época dos governos Marconi Perillo e José Eliton (2015-18), mas acabou apresentando uma série de problemas no projeto e também superfaturamento de R$ 3 milhões.
O contorno viário criará uma alternativa de ligação do Daia, através da GO-330, à BR-060 na saída para Brasília, além da já existente, no trevo sul de Anápolis. O projeto executivo de engenharia da Goinfra mostra que os serviços devem ser realizados em um trecho de 7,98 km de extensão.
Os trabalhos que foram iniciados agora incluem conclusão da duplicação, reabilitação e adequação, se necessário, da pista existente e execução de galerias de águas pluviais. A licitação homologada em setembro de 2022, apresentava um total de R$ 31.555.407,82 a serem pagos à empresa que irá executar os trabalhos.
O anel viário passa por alguns bairros de Anápolis: Setor Industrial Munir Calixto, Residencial Cidade Industrial, Residencial Boa Esperança, Residencial Roses Garden, Jardim Vera Cruz, Residencial Idelfonso Limírio, Parque São Conrado e Setor Industrial Aeroporto.
A quantidade de setores evidencia a importância da via para moradores e empresários, que até colaboraram para que a obra fosse retomada. O projeto da obra foi doado pela Associação dos Empresários do Daia (Assedaia). A pedido da Goinfra, a entidade decidiu contratar uma empresa para elaborar o projeto, visando contemplar a análise artística e geométrica da via, quantitativos e movimentação de terra, dentre outros aspectos. O valor destinado para esse trabalho foi de R$ 60 mil.
Depois disso coube à Goinfra contratar uma empresa de engenharia para elaborar o projeto executivo de engenharia. Após licitação, a Construtora Triangular se sagrou vencedora para esse trabalho, ao custo de R$ 200 mil.
Ao longo dos anos, a obra do anel viário apresentou falhas, o que gerou acidentes graves. Uma ação da 15ª Promotoria de Justiça de Anápolis chegou a cobrar sinalização urgente de trechos mais comprometidos da via, com o objetivo de se evitar acidentes graves.
EROSÕES
Também foi sugerida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) a adoção de medidas efetivas de contenção do solo e de eliminação dos processos erosivos formados nos taludes (planos de terreno inclinados que limitam um aterro e têm como função garantir a sua estabilidade) da via, a implementação de mecanismo de dissipação de energia nos pontos finais de descarga das redes pluviais e a instalação de dispositivos de retenção de sólidos e de resíduos em geral (dada a proximidade com o ambiente urbano), visando mitigar o aporte de sedimentos e de lixo para o Ribeirão Extrema.
As máquinas da Goinfra chegaram a trabalharam na recuperação das erosões e na drenagem do anel viário do Daia. Foi feita a construção de galerias e algumas manutenções corretivas necessárias para manter a rigidez da obra.
Em 2020, o MP-GO pediu à Justiça, em caráter de urgência, providências para evitar novos acidentes com vítimas fatais e desastre ambiental nas obras do anel viário do Daia. A situação mais crítica era justamente o risco de o aterro sobre o Ribeirão Extrema ceder, no trecho da construção onde está situado um bueiro.