Os números de Anápolis na geração de empregos formais no setor da construção civil e do imobiliário, relativos ao 1º quadrimestre de 2024, são superiores aos índices apresentados, no mesmo período, nos âmbitos do estado e do país. Os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) foram apresentados pelo Sindicato das Indústrias da Construção e do Imobiliário de Anápolis, na última quinta-feira, 17.
Em Anápolis, o resultado até abril de 2024 foi de 5.108 vagas formais, 11,35% a mais que que no período de janeiro a dezembro de 2023, que teve total de 4.587 vagas. Em Goiás, no 1º quadrimestre de 2024, foram criadas 100.171 vagas formais de trabalho, 10,97% a mais que todo o ano de 2023. No Brasil, a construção civil gerou 2.889.497 vagas com carteira assinada, 5,14% superior ao registrado em todo o ano de 2023.
De acordo com os dados do Novo Caged para o setor da construção civil, apresentados pelo Sinduscon, enquanto o ano de 2023 fechou em alta com 4.587 vagas geradas com carteira assinada, em janeiro de 2024 o crescimento foi ainda maior, apresentando saldo positivo de 219 vagas geradas entre admissões e desligamentos, fechando aquele mês em 4.806. O aumento foi de 8,49% em relação a dezembro de 2023.
A tendência se confirmou em fevereiro de 2024, que foi de 4.836 vagas formais criadas. Em março o saldo foi de 4.933 e, em abril, fechando o quadrimestre, foram 5.108, com 521 novas vagas geradas. O relatório do Sinduscon, baseados no Novo Caged, conclui que em Anápolis, há quatro anos consecutivos, a construção civil apresenta números positivos, “o que evidencia o bom desempenho do setor na cidade”.
Assim, com base nos números do Novo Caged, o Sinduscon conclui que a construção civil, mesmo diante de um cenário de desafios contra a informalidade e falta de mão de obra [assim como o incremento nos seus custos, em função da forte elevação nos preços dos insumos], ainda conseguiu se destacar. Ao mesmo tempo, o setor contribuiu para o melhor dinamismo do mercado de trabalho no município, “impulsionado pelas diversas obras em andamento do setor privado e obras vindas do setor público tendo um incremento na geração de empregos com carteira assinada”.
PLENO EMPREGO
A partir do auge da pandemia da Covid-19, no ano de 2020, os índices de aumento de vagas formais no mercado de trabalho, no âmbito da construção civil, apresentaram evolução satisfatória. Em 2020 foram geradas 2.820 vagas com carteira assinada; em 2021 foram 3.320; em 2022, aumento de 17,73% indo a 3.687; em 2023 foram 4.427 vagas com carteira assinada, alta de 20,07%. E agora, em 2024, até o mês de abril, são 5.108. Em apenas quatro meses, aumento de 15,38% em comparação a todo o ano passado.
Um estudo realizado pelo Grupo Prospecta [empresa de inteligência de mercado que apresenta soluções através de metodologia própria e tecnologia avançada], contratado pelo Sinduscon, apresentou uma série de indicadores que, direta ou indiretamente, influencia no comportamento do mercado da construção civil e imobiliária, e, consequentemente, na geração de divisas e de empregos formais. Esses dados são utilizados pelas empresas, para nortear os rumos de seus empreendimentos.
Um dos indicadores de macro mercado se refere ao saldo da Poupança que, segundo os números do Grupo Prospecta, ocupa média de R$ 996,5 milhões. Com previsão, para junho, de R$ 1,011 bilhão. A taxa Selic, após sucessivas quedas desde agosto de 2023, foi mantida em 10,5% na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 19 de junho de 2024.
Outro indicador influente é a inflação, calculada, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 3,93% nos últimos doze meses. A meta para 2024 é 3%. Ou seja, a taxa de juros é de 10,5%, enquanto a inflação está na casa dos 3,93%. A taxa de juros real ficou, em junho, em 6,23%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a variação e custos da construção civil, foi de 0,52% em abril. Em maio foi de 0,86%, alta de 0,34% em relação ao mês anterior.
CONFIANÇA
Há um indicador que se chama Índice de Confiança Empresarial (ICE). Tem a finalidade de consolidar os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas sondagens empresariais produzidas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) via Instituto Brasileiro de Economia (Ibre): indústria, serviços, comércio e construção. Em abril o ICE estava em 95,6. Em maio cresceu 0,2% e chegou a 95,8.
Entre os fatores elencados pelo Banco Central ao manter a taxa Selic em 10,5% em junho, está a dificuldade do Governo Federal em reduzir a dívida pública. A dívida bruta, que é o total da dívida, interna e externa, dos principais entes do setor público, está em 76,01%. Enquanto a dívida líquida [que é o total das dívidas de todo o setor público, menos os diversos créditos do governo], está em 61,24.