Cultura MARCUS ANOLI

Ator anapolino que participou do Linha Direta fala sobre carreira e cenário cultural da cidade

“A arte está aqui para tirar as pessoas desse lugar comum”, afirma

11/06/2024 08h00
Por: Lucas Tavares
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Um dos programas de maior repercussão no Brasil, o Linha Direta, contou com a participação de um ator anapolino na última exibição, na quinta-feira (06). Marcus Anoli, de 52 anos, interpretou o motorista Aílton Pereira de Oliveira, uma das vítimas da Chacina de Unaí.

Formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, licenciado em dança pela Escola de Comunicação e Arte da Cidade, ambas no Rio de Janeiro, e pós-graduado em teatro contemporâneo pela Faculdade do Sino de Moraes, em Brasília, ele afirma que este foi um dos maiores desafios da carreira.

“Quanto a gente sabe que é uma história real, o comprometimento e a vontade de colaborar ficam mais evidentes, porque você está prestando um serviço social. Estamos tentando, realmente, fazer com que a população ajude, que se importem, denunciem, hajam como for possível e que não fiquem passivas diante daquilo que está mostrando”, afirmou, em entrevista ao DM Anápolis.

Um dos mandantes do crime, que aconteceu em 2004, ainda está foragido. Segundo Marcus, um dos objetivos do trabalho é ajudar a encontrá-lo, inclusive a partir de denúncias anônimas, como já ocorreu em outros episódios do programa.

“Através da minha arte eu pude colaborar e esclarecer às pessoas que elas fazem parte do sistema e que denunciando, anonimamente ou não, elas colaboram com a Justiça, ajudando a prender os foragidos. Participar deste projeto foi muito especial”, destacou.

De volta à sua terra natal, Marcus tem aproveitado o ano para estudar e desenvolver novos projetos, entre eles um projeto de monólogo no qual fala sobre o que é ser interiorano, resgatando a cultura e a origem goiana. Além disso, está escalado para uma série, um curta metragem e um longa.

“Não sei se vou conseguir fazer tudo, vou ter que escolher, mas graças a Deus tenho muitas possibilidades de trabalho para 2024 ainda”, comemora. No teatro, já se apresentou em palcos brasileiros e no exterior, com Hamlet, de Diogo Vilela, direção de Marcus Alvisi; Morte e Vida Severina, direção de Luiz Fernando Lobo; A Vida Como Ela É, de Nelson Rodrigues, dirigida por Marcus Alvisi; e Anjos, com direção do Oscar Calisto.

Na dança, fez parte da Companhia da Cidade do Rio de Janeiro, a primeira do país a ter um repertório de dança contemporânea. No audiovisual, focou em trabalhos voltados às questões LGBTQIAPN+ e a violência contra a mulher. Na televisão, além do Linha Direta, participou da novela Travessia.

Cenário Local

Apesar da maior parte dos trabalhos de Marcus terem sido realizados no Rio de Janeiro, ele afirma nunca ter tirado os olhos do que acontecia em Anápolis e elogia a movimentação cultural da cidade.

“Anápolis é uma cidade incrível, uma das poucas no Brasil que conta com subsídio para todas as artes. Estou realmente encantado com o que os responsáveis pela cultura tem feito para profissionalizar as pessoas que querem trabalhar com arte”, afirmou.

Sobre o fazer arte na cidade, ele destaca que as dificuldades são comuns em todos os lugares, não só no Brasil, mas no mundo. "A gente está sempre correndo atrás, matando um leão por dia, tentando ser visto”, ressalta.

“Ser artista é uma dádiva que a gente recebe do universo e com isso vem uma grande responsabilidade, do que a gente quer falar, do que a gente quer passar para a sociedade, através de questões políticas e sociais. A arte transcende, a arte ajuda, ela está aqui para tirar as pessoas desse lugar comum”, concluiu.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.