Incentivar a reciclagem no Brasil ainda é um desafio para o Poder Público, porém diversas iniciativas do terceiro setor tomam a frente neste assunto. É o caso do Instituto Lixo Zero Brasil, uma Organizações não Governamentais (Ong), que forma embaixadores em todo país.
De Anápolis, Rayane Siqueira, é uma dessas vozes, embaixadora e consultora da Ong, é formada em saneamento ambiental, com especialização em resíduos sólidos. À Rádio Manchester, ela falou um pouco sobre o projeto do qual faz parte e do trabalho realizado.
“É uma Ong que ajuda a incentivar e formar pessoas que possam ensinar a população a importância de reciclar, de desviar do aterro o nosso lixo. Mas o que é lixo? Lixo é quando a gente mistura, por exemplo, uma garrafa pet, um vidro, com resto de comida ou lixo do banheiro, aí se torna lixo, mas na verdade não é, é um resíduo que pode ser reciclado”, explicou.
A especialista afirma que o baixo índice de resíduos reaproveitados é prejudicial não só para o meio ambiente, mas também para a saúde e economia. Uma das sugestões feitas por ela, caso o morador não tenha acesso a coleta seletiva, é procurar um catador da região para doar.
O Instituto Lixo Zero está com inscrições abertas para a formação de embaixadores e embaixadoras, basta acessar o site ou o Instagram da Ong para fazer o cadastro. Atualmente a rede já conta com mais de 1,9 mil colaboradores.
Ativismo, gestão de resíduos, gestão de projeto e comunicação digital para reciclar o conhecimento estão entre os lemas da iniciativa. Rayane, que também faz parte da Recicláveis Anápolis, afirma que a educação ambiental é um trabalho de “formiguinha”.
“A população brasileira precisa mudar essa cultura, nós temos o comodismo de descartar tudo no lixo. Às vezes as pessoas falam que não tem tempo, que é muito corrido, que onde vai descartar é longe, e preferem descartar no lixo comum. A gente tem que começar e ensinar para as pessoas a separação e destinação necessário”, destacou.
“As pessoas não querem ter o trabalho de ir até uma empresa de reciclagem descartar, muitos me falam que não juntam porque o caminhão passa só uma vez [na semana] ou de 15 em 15 dias. Para essas pessoas eu sugiro que doem para algum catador, a gente tem muitos catadores em Anápolis, tem a cooperativa de reciclagem”, continua.
Uma das formas que Rayne encontrou para incentivar os anapolinos foi dar o direito de escolha para quem doar materiais de escolher entre duas instituições como o destino do valor dos recicláveis, sendo elas a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Anápolis e a Ong Patas Solidárias.