Com um diagnóstico clínico, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio que afeta milhões de pessoas em todo o Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, interfere principalmente na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento do indivíduo.
Ao DM Anápolis, a psicóloga, com mestrado e doutorado em distúrbios do desenvolvimento, Glauce Conti falou sobre como esse diagnóstico é feito. Especialista em neuropsicologia, ela atua com a avaliação neuropsicológica na Fillium Centro Médico, em Goiânia.
“O diagnóstico, ele vai ser feito por um profissional que é especializado na área, que entende sobre autismo. Pode ser um pediatra, um neuropediatra ou um psiquiatra infantil, qualquer profissional da área médica que entenda sobre o assunto. O diagnóstico é clínico, então quanto antes ele for feito, melhor”, explicou.
De acordo com Glauce, antes mesmo dos dois anos de idade já é possível apontar de forma correta. Por esse motivo, ela afirma que os pais devem estar atentos e procurar um atendimento ou avaliação e comunicar o pediatra, assim observarem algum atraso no desenvolvimento da criança.
“Por volta dos dois anos, que já tem alguns marcos do desenvolvimento, fica mais claro para a família esses atrasos. Atraso na linguagem, no interesse e na comunicação social, algum comportamento que está muito frequente, que está repetitivo, o que a gente chama de estereotipias. Então, assim que os pais observarem qualquer tipo de alteração como essas, devem comunicar ao profissional que está acompanhando ou então levar ao profissional adequado”, destacou.
O diagnóstico clínico significa observar a criança de forma direta em consultório médico, desde o comportamento dela, entrevistas com os pais ou pessoas que cuidam da criança, até colher todas as informações necessárias. Glauce pondera que nem todos os diagnósticos são 100% claros, pois alguns sinais são comuns em diversos outros transtornos.
“Muitas vezes, para auxiliar nesse diagnóstico, o médico pede avaliações de outros profissionais, que inclui avaliação da psicóloga, que pode fazer uma avaliação comportamental. Então, aqueles comportamentos que são esperados para cada faixa etária, no contexto social, no contexto cognitivo, ou então, ele pode pedir uma avaliação com a fonoaudióloga, porque um dos critérios, uma das dificuldades observadas é na comunicação”, explica.
“Ou ainda uma terapeuta ocupacional que investiga essa questão sensorial. Então, sim, o médico pode solicitar essas avaliações que são de outros profissionais para poder concluir”, completou. Outro questionamento comum é se é possível um diagnóstico na vida adulta, e a especialista afirma que sim.
“Embora o TEA seja um transtorno do neurodesenvolvimento ele pode ser diagnosticado a qualquer momento da vida. Tem pessoas que realmente passam por essas dificuldades, não são corretamente diagnosticadas e vão chegar a esse diagnóstico na vida adulta. Talvez vão até procurar o acompanhamento ou avaliação por um outro quadro, que a gente chama de comórbidos, por conta de uma depressão, ansiedade, e no final da investigação, é essa conclusão de TEA”, concluiu Glauce.