Geral LUTA POR DIREITOS

No mês do orgulho LGBTQIAPN+, ator fala sobre falta de proporcionalidade no mercado de trabalho

“Atores héteros podem fazer personagens gays, mas atores gays não podem fazer personagens héteros”, afirma Silvero Pereira

08/06/2024 09h58
Por: Lucas Tavares
Foto: Reprodução
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Junho é conhecido como o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, onde a luta por direitos, em referência a Revolta de Stonewall, toma corpo e ganha espaços antes negligenciados. Entre as principais demandas estão o direito à vida, à saúde de qualidade, educação e trabalho.

Este último, refere-se a todos os tipos de trabalho, inclusive os trabalhos artísticos, muitas vezes menosprezados. Representante da causa a nível nacional, o ator Silvero Pereira afirma que alguns passos já foram dados, mas que agora o momento é de lutar por proporcionalidade no mercado.

“Acho que a gente conquistou bastante coisa sim, mas talvez a coisa que a gente mais precisa lutar nesse momento é a proporcionalidade. Há alguns anos lutamos muito por esse lugar de representatividade, acho que a tem representatividade hoje, temos LGBTQIAPN+ dentro das escolas, no jurídico, no político, na medicina, nas artes, a gente tem essas pessoas, mas ainda não temos proporcionalidade”, afirmou.

À Rádio Manchester, ele cita nomes como os da deputada Erika Hilton e das cantoras e drags queens Pabllo Vittar e Gloria Groove, como exemplos dessa representatividade. Mas lembra que, por medo de retaliação, muitos deixam de expor sua sexualidade.

“Algumas não se sentem encorajadas o suficiente para assumir, porque sabem que serão retalhadas. Eu, por exemplo, como uma figura assumidamente LGBT, nas minhas redes sociais, nos meus trabalhos, em tudo que eu faço, não significa que a minha vida seja simples, significa que eu deixo de ganhar trabalhos exatamente porque sou uma pessoa que fala abertamente sobre a minha sexualidade”, ponderou.

Por vezes taxado como um ator que só interpreta personagens LGBTs, Silvero fala sobre oportunidades. “Às vezes as pessoas me colocam nesse lugar, mas eu, enquanto ator, sou completamente capaz de fazer qualquer personagem. É o que a gente vê, atores héteros podem fazer personagens gays, mas atores gays não podem fazer personagens héteros”, ressaltou.

“É a proporcionalidade. A gente precisa de mais pessoas LGBTs assumindo várias funções e que elas tenham potência para assumir sua sexualidade, que não tenham vergonha disso e que não sejam oprimidas dentro do mercado”, concluiu.

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