Geral CASO FÁBIO ESCOBAR

Polícia investiga rede de apoio que ajudou Cacai Toleto, preso após seis meses foragido

Investigação aponta que Cacai organizou assassinato do empresário Fábio Escobar

04/06/2024 16h00
Por: Emilly Viana
Foto: Polícia Civil
Foto: Polícia Civil

Durante os quase sete meses foragido, Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai, contou com uma rede de apoio para evitar a prisão, de acordo com a Polícia Civil. Ele foi preso nesta segunda-feira (3) em um prédio residencial em Samambaia (DF). Cacai é acusado como mandante do assassinato do empresário Fábio Escobar, em junho de 2021, em Anápolis.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (4), o titular da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Thiago Torres, confirmou que os envolvidos serão investigados. "É uma pessoa que tem conhecimento, uma situação financeira estável, tem recursos, e isso o fez deslocar e ter apoio, uma rede de apoio, que o manteve durante esse período. Mas mesmo com toda essa estrutura, a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública não deixaram de tentar e de cumprir ontem (segunda-feira, 03) a prisão dele", revelou o delegado.

Torres afirmou que a investigação aponta que Cacai possivelmente passou pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, e mesmo que não haja confirmação de que ele esteve fora do Brasil, diligências foram realizadas em outros países, como Argentina e Paraguai. A Polícia Civil está investigando a rede de apoio a Cacai em um inquérito separado. Segundo o delegado, uma mulher próxima à família do acusado foi identificada como parte dessa rede, e os ajudantes do denunciado devem responder pelo crime de favorecimento pessoal, se não tiverem ligação familiar direta.

A prisão preventiva contra Cacai foi decretada em novembro de 2023, e ele teve seu nome inscrito na lista da Interpol em abril deste ano. A denúncia gira em torno de desavenças entre Cacai e Escobar, que trabalharam juntos como coordenadores da campanha de 2018 do governador Ronaldo Caiado em Anápolis. Além de Cacai, o assessor da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Jorge Caiado também foi denunciado como mandante do crime, juntamente com três policiais militares apontados como executores. Outras sete mortes em Anápolis também estão sendo investigadas por suposta ligação com o caso.

Em nota divulgada na segunda, o advogado de Cacai, Demóstenes Torres, disse que a defesa estava em tratativas com as autoridades competentes para apresentar seu cliente, cuja única exigência sempre foi de que sua vida seja protegida. Torres negou que a prisão desta segunda tenha relação com as tratativas para a apresentação de Cacai. A Polícia Civil também informou nesta terça que não houve negociação com a defesa.

Cacai permanece sob custódia no Distrito Federal, porém existe a expectativa de que o Judiciário goiano faça o pedido de transferência para Goiás. Ele deve passar por audiência de custódia ainda hoje. A investigação sobre a rede de apoio e as circunstâncias que levaram à prisão de Cacai continua em andamento.

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