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A agricultura familiar no Brasil

Por Janiscléia Maria Alves de Sousa

29/05/2024 11h19
Por: Redação
Foto: Reprodução
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Muito se fala do agronegócio e de sua importância para a economia exportadora, entretanto, quando se é para produzir alimentos para o povo brasileiro, recorre-se à agricultura familiar. Ela desempenha um papel fundamental na produção e no abastecimento dos alimentos para a população brasileira.

Segundo o Censo Agropecuário de 2017, o setor é responsável por pouco mais de 70% dos alimentos consumidos no País, o que mostra sua vultosa importância para a segurança alimentar e nutricional dos indivíduos. Segundo o mesmo relatório, há cerca de 4 milhões e 300 mil estabelecimentos rurais enquadrados em tal categoria agrícola no Brasil, englobando pequenos produtores rurais, propriedades de povos e comunidades tradicionais e de assentados da reforma agrária.

Somados aos silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores — com suas atividades também enquadradas como agricultura familiar — chegamos a aproximadamente 12 milhões de pessoas envolvidas diretamente nessas propriedades e atividades.

Os agricultores familiares produzem uma grande variedade de alimentos, que vão desde frutas, legumes e hortaliças, até carnes, leite e derivados. A maior parte do faturamento dessa produção é voltada para culturas de ciclo curto ou médio, como cana-de-açúcar e batata. Muitas dessas culturas são feitas de forma orgânica, respeitando o meio ambiente e a saúde dos consumidores.

No entanto, a despeito da importância da agricultura familiar, ainda há vários desafios que são enfrentados para o seu exercício: um dos mais marcantes consiste na dificuldade de acesso a políticas públicas de crédito. Elas existem, contudo, a burocracia é excessiva e as taxas de juros são elevadas, limitando a capacidade de investimento e a expansão das atividades dos cultivadores familiares.

Além disso, a escassez de infraestrutura, de tecnologia adequada e de práticas inovadoras compromete a produtividade das atividades desse modelo. Não é demais lembrar que, em muitas regiões no Brasil, as estradas, a distribuição de energia elétrica, o abastecimento de água e o saneamento básico são precários, o que dificulta as atividades da agricultura familiar em semelhantes regiões.

Para enfrentar essas adversidades, é fundamental que o governo apoie a agricultura familiar. Isso pode ser feito por meio de políticas públicas que incentivem a produção, o processamento e a comercialização dos produtos oriundos dela a fim de que os preços sejam justos e, acessíveis, os mercados. E é essencial igualmente que a população brasileira valorize os produtos desse segmento, optando por alimentos frescos, saudáveis e plantados de maneira sustentável.

Enfim, a agricultura familiar é a base da produção de alimentos consumidos pela população brasileira e desempenha um papel substancial na garantia da segurança alimentar e nutricional da sociedade. Só falta, agora, o devido reconhecimento dos agricultores familiares, além, claro, de ações práticas da sociedade e do governo para garantir-lhes melhores condições de trabalho e de vida. E eles mais que merecem.

 

Janiscléia Maria Alves de Sousa é estudante de Licenciatura em Geografia, no Instituto Federal de Brasília

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