Mesmo sem acordo entre o governo federal e os docentes, a Universidade Federal de Goiás (UFG) se prepara para encerrar a greve, iniciada no dia 7 de maio, e retomar as aulas já na próxima segunda-feira (3).
Após comunicado da categoria, a universidade informou que planeja dar início às atividades acadêmicas na graduação, pós-graduação e no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) com o fim o feriado prolongado. A universidade destaca a necessidade de adequação do espaço físico para o retorno da comunidade acadêmica, considerando que muitos estudantes retornaram para suas cidades natais durante a paralisação.
A reitoria da UFG recomenda que as aulas sejam reiniciadas na próxima segunda-feira, após o feriado e ponto facultativo nos dias 30 e 31 de maio, para permitir um retorno organizado e atender às necessidades individuais de estudantes e docentes. A decisão foi tomada em concordância com o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), que informou oficialmente o fim da greve nesta segunda-feira (27).
O plebiscito eletrônico organizado pelo sindicato contou com a participação de 1.549 votantes, dos quais 820 se manifestaram a favor do fim da greve, 720 votaram pela continuidade, e houve 9 abstenções. A Adufg-Sindicato ressaltou que todos os trâmites legais foram rigorosamente seguidos desde o início da paralisação.
A greve foi deflagrada devido à insatisfação com a ausência de reajuste salarial e condições precárias de trabalho. Ao DM Anápolis, o presidente da Adufg, professor Geci José Pereira da Silva, afirmou que os professores não recebiam reajuste há quase seis anos, exceto por um reajuste emergencial de 9% no ano passado. O governo federal apresentou uma contraproposta de reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, o que motivou a paralisação para exigir um reajuste ainda em 2024 e melhorias nas condições de trabalho.
Além das reinvindicações relacionadas a carreira, a categoria alega que a universidade tem enfrentado desafios orçamentários desde 2018, afetando a infraestrutura, investimentos em laboratórios, e a disponibilidade de equipamentos. Há, ainda, a busca pela recomposição do orçamento da universidade e a ampliação de verbas para o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).