Com o número crescente de casos de dengue, a população precisa cada vez mais ter consciência do acondicionamento correto do lixo, além de ter noção de qual a responsabilidade da Prefeitura de Anápolis no recolhimento dos diferentes tipos de resíduos produzidos no dia a dia.
O secretário municipal de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, Wederson Lopes, ressalta que a empresa concessionária Quebec é responsável pela coleta do lixo doméstico, pela coleta seletiva e pela retirada de entulhos jogados indevidamente em terrenos baldios.
A administração municipal também tem o serviço chamado Cata-Treco, que é agendado via Zap 24 Horas e serve para recolher móveis velhos e outros objetos de maior porte que estão sendo descartados pelo cidadão. Nesses casos, o caminhão da coleta passa em dia e horário acordado, cabendo ao cidadão deixar o móvel na calçada no momento certo.
Wederson explica que não adianta acondicionar restos de grama ou de construção dentro de sacos pretos e colocar na lixeira, para que o coletor da Quebec o recolha no serviço diário. Como não se trata de lixo doméstico, esses resíduos precisam ser levados ao aterro sanitário. O ideal é que o cidadão que esteja fazendo uma reforma em casa, ou mesmo uma obra mais complexa, que contrate o serviço de um disque caçamba.
“É para a caçamba que vai o Resíduo da Construção Civil (RCC), conhecido como entulho. A empresa que faz esse serviço é cadastrada na prefeitura e irá depositar o material diretamente no aterro sanitário. Resíduos de até 1 tonelada podem ser depositados gratuitamente no aterro sanitário”, ressalta o secretário.
“A pessoa não pode é descartar nos terrenos baldios. O que a gente percebe muitas vezes é isso. Tem gente fazendo reforma, ou construindo uma casa toda, sem contratar um disque caçamba, e jogando todo o resíduo nos lotes baldios ao redor. Isso gera multa, infração grave, quem faz a fiscalização é a Secretaria de Habitação e Planejamento Urbano, através da Divisão de Posturas, e pela fiscalização de edificações”, completa Wederson.
A cidade conta ainda com um ecoponto, no Setor Escala, que recebe entulhos, que posteriormente serão enviados pelo poder público ao aterro sanitário. Existe ainda a logística reversa, que deve ser observada por alguns comerciantes. Lixo eletrônico também não vai para o aterro. Em Anápolis, esse tipo de resíduo pode ser levado até o Jardim Botânico, juntamente com latas de alumínio e garrafas pet, para a ‘Troca Consciente’. O cidadão leva mudas de árvores. As trocas podem ser feitas de terça à sexta-feira, das 8h às 18h.
MATO
Wederson Lopes chama a atenção para a necessidade de proprietários limparam seus terrenos, pois o mato, que cresce 5 centímetros por dia em época de chuva, também é um vilão, já que acaba camuflando todo tipo de lixo que acumula água e vira criadouro do mosquito da dengue.
“Pessoas compram lotes, apenas para especulação imobiliária. Tudo bem, quanto a isso, mas precisa cuidar do imóvel”, diz o secretário municipal. Segundo ele, equipes e maquinários da prefeitura são dimensionados para atender as áreas públicas - canteiros centrais, praças, parques e terrenos –, porém, se a pessoa não limpa a área particular, por interesse público, por saúde pública, a administração terá que fazer isso. Wederson frisa que o crescimento rápido do mato gera uma demanda alta por toda a cidade.
O primeiro passo para que a pessoa aja de forma correta sobre a liberação de detritos é conhecer os tipos de lixo. Cada um tem uma característica e exige tratamento específico.
DOMICILIAR URBANO
É constituído pelo lixo das casas, bares, lanchonetes, restaurantes, repartições públicas, lojas, supermercados, feiras e do comércio. Compõem-se principalmente de sobras de alimentos, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, trapos e etc. Esse lixo normalmente é encaminhado para aterros sanitários.
INDUSTRIAL
É o lixo produzido pelas indústrias que possui características peculiares dependendo das matérias-primas utilizadas. Pode ser perigoso, até mesmo tóxico, e, por isso, a menos que passe por processos de tratamento específicos, não pode ter sua disposição final no mesmo local do lixo domiciliar.
HOSPITALAR
É o lixo produzido pelos hospitais e clínicas médicas e odontológicas. Pelas múltiplas possibilidades que apresenta de transmitir doenças de hospitais, deve ser transportado em veículos especiais. Assim como o lixo industrial, a menos que passe por processos de tratamento específico, deve ser disposto em local apropriado ou ir para os incineradores.
AGRÍCOLA
É o esterco e o fertilizante.
TECNOLÓGICO
São as TVs, rádios, aparelhos eletrônicos em geral, pilhas e baterias.
RECICLAGEM
Existem várias técnicas de reciclagem, que variam de acordo com o tipo de material utilizado. Diversos tipos de materiais podem ser reciclados, os principais são:
Papel (jornais, revistas, envelopes, caixas de papelão), cuja reciclagem tem como objetivo a fabricação de papel novo;
Vidro (potes de alimentos, garrafas, frascos de remédio), que é 100% reciclável, ou seja, cada tonelada de caco de vidro resulta em uma tonelada de vidro novo;
Plástico (garrafas, sacolas, canos de PVC, embalagens, etc.), cuja reciclagem gera matéria-prima utilizada na fabricação de diversos produtos;
Metal (latas de alumínio e aço, arames, pregos, fios de cobre, etc.), que não perde suas propriedades físicas durante o processo de reciclagem, podendo ser reciclado muitas vezes;
Resíduo orgânico (restos de animais e vegetais), que geralmente é reciclado através da compostagem.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Agrupado em quatro classes:
Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados;
Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso;
Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;
Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.