Meio Ambiente MEIO AMBIENTE

Reciclagem é essencial para cidades industrializadas como Anápolis, diz especialista

Município conta com coleta seletiva e empresas especializadas no reuso, mas reforço é necessário

24/12/2023 17h30
Por: Lucas Tavares
Foto: Bruno Velasco
Foto: Bruno Velasco

Cidades de grande porte ou de grande poderio econômico e, principalmente, industrial, como é o caso de Anápolis, exigem políticas e ações de reparação ao meio ambiente. Com as mudanças climáticas e a degradação dos biomas, o debate se faz cada vez mais necessário. 

Em constante crescimento, inclusive populacional, se aproximando dos 400 mil habitantes, os anapolinos são beneficiados pela força da indústria e do comércio, tendo acesso há diversos bens de consumo. No entanto, este fato acende alertas importantes. 

Segundo o professor Rafael Batista Ferreira, doutor em ciências naturais - recursos naturais do cerrado e coordenador do curso de agronomia da Faculdade Metropolitana de Anápolis (Fama), a alta produção gera uma grande quantidade de resíduos não só na cidade, mas em outras partes do mundo. 

Por esse motivo, ele afirma que a reciclagem se torna fator primordial para o pleno desenvolvimento socioambiental da população local, contemporânea ou futura. Rafael ainda ressalta que resíduos de vidro e de metal, assim como os de plásticos, geram problemas gravíssimos ao meio ambiente. 

“Demoram milhares de anos para se decompor e acabam deixando para trás componentes químicos altamente prejudiciais para a sustentabilidade do planeta. Na reciclagem, esses e outros tipos de resíduos são tratados como matéria-prima que será reaproveitada para fazer novos produtos”, afirmou, em entrevista ao DM Anápolis. 

De acordo com o professor, dessa forma, a reciclagem diminui a quantidade de lixo que vai para os aterros, reduz o uso de recursos naturais e contém a poluição, além da geração de empregos sustentáveis. 

“Em Anápolis a reciclagem tornou-se um importante elemento do comércio local. Existem várias indústrias de reciclagem nas quais participam ativamente no PIB municipal. Essas indústrias atuam em vários ramos de reciclagem, tais como papel, plástico, metal, entre outros”, destacou. 

Além dos trabalhos realizados pelo setor privado ou por organizações não governamentais (ONGs), há serviços públicos como a coleta seletiva, feita pela Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, que atende mais de 150 bairros. 

“Todavia, ainda é comum vermos nos nossos bairros, ruas, avenidas e praças garrafas PETs, sacolas plásticas, papéis, dentre outros resíduos, jogados a esmo. Mas por que isso acontece? Para mim, isso é fácil de responder, mas não de se resolver: Temos, ou somos, uma geração/população que possui grandes lacunas em nossa educação ambiental”, ressaltou Rafael. 

Segundo o especialista, além de dar continuidade nos programas de coleta seletiva e reciclagem existentes, a gestão do município deve sempre propor novas formas de incentivo ao desenvolvimento da educação ambiental.  

“Não basta somente reciclar os resíduos que produzimos, isso é de muita valia, mas a educação ambiental passa primordialmente em um modelo de vida pautado na redução da geração de resíduos. Esse caminho é longo de ser percorrido e os objetivos traçados só serão atingidos mediante a investimento na educação e em programas de conscientização efetivos e duradouros”, concluiu.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.