Em agosto deste ano foi dada a largada no Projeto de Macrodrenagem Urbana de Anápolis. O texto é repleto de sugestões para resolver problemas crônicos do município, como alagamentos, erosões e poluição. Contudo, só a ação do poder público não será suficiente. É o que alerta o ambientalista e consultor Antônio El Zayek.
Apesar das ações em andamento, o responsável pelo projeto afirma que é preciso uma mudança de comportamento por parte da sociedade para que os problemas não aumentem e possam ser, de fato, solucionados.
“Tudo isso também é sugerido no plano, inclusive a despoluição. Anápolis, hoje, é uma cidade rica, a gente tem hoje alguns projetos em andamento de recuperação, mas eu acho que essas coisas, a partir de agora, vão crescer muito”, projetou.
Segundo ele, a tendência é que, com as mudanças climáticas, as pessoas passem a dar mais valor para água e outros recursos naturais, para além do valor econômico, mas, principalmente, simbólico.
“Pagar o preço da água é muito fácil, mas qual é o real valor da água para as pessoas e para as empresas? Quando falta água no Daia (Distrito Agroindustrial de Anápolis), as empresas dão férias coletivas, então o valor é muito maior que o preço”, ressaltou.
“Como uma cidade rica, a gente tem que voltar, realmente, para dentro desse panorama de mudanças climáticas e rever a nossa relação com esse recurso, ele não pode ser um problema, não pode ser visto como um problema”, reforçou.
Zayek afirma que, com exceção de Curitiba, a maior parte das grandes cidades tem uma relação ruim com a água e o meio ambiente, de forma geral. “A água cai da chuva, em cima da casa da pessoa, e a pessoa vê isso como um problema e joga na rua”, disse.
“Ela alaga a rua e essa água vai o mais rápido possível para o córrego, depois ela fica sem água. Então, essa relação precisa ser mudada, por isso é preciso que todas as pessoas saibam que elas são parte do problema”, continua.
“Isso é algo que temos que começar a falar, a imprensa tem que começar a falar, a política tem que começar a falar, porque não muda rápido, é muito difícil agora, num momento de eleição, um prefeito ir lá e dar uma carteirada dessa, mas é uma coisa que precisa ser revista”, concluiu.