Um eclipse solar anular poderá ser visto no céu de Anápolis e em grande parte do Brasil durante a tarde deste sábado (14). Com a previsão de variação de nebulosidade, sol e possibilidade de chuva em áreas isoladas, os anapolinos vão vivenciar parcialmente o fenômeno, mas cuidados são necessários.
Em entrevista ao DM Anápolis, o professor do Instituto de Estudos Sócio Ambientais (Iesa), da Universidade Federal de Goiás (UFG), lotado no planetário da instituição, Manoel Júnior, explicou as especificidades do eclipse e as precauções que a população deve tomar.
De acordo com Manoel, que é graduado em física e pós-graduado em ensino da astronomia e divulgação das ciências, os eclipses são divididos em dois tipos principais: solares e lunares.
“Os eclipses solares ocorrem quando a lua passa entre a terra e o sol, deixando uma região móvel de sombra na superfície da terra. Os eclipses lunares ocorrem quando a terra passa entre o sol e a lua, lançando uma sombra na lua. Os eclipses solares podem ser classificados como totais, em que a lua cobre completamente o sol, ou anulares que irá acontecer neste sábado 14”, explicou.
No caso deste sábado, a lua obscurece tudo, exceto um anel externo do sol, conforme explica o professor. “Se um eclipse é total ou anular depende da distância entre esses três objetos”, ressaltou.
“A Terra viaja em uma órbita elíptica ao redor do Sol, e a Lua viaja em uma órbita elíptica ao redor da Terra, então a distância entre esses corpos celestes muda. Quando o Sol está mais próximo da Terra e a Lua está na sua maior distância ou perto dela, a Lua parece menor que o Sol no céu”, explicou.
“Quando ocorre um eclipse do Sol nesta situação, a Lua não parecerá grande o suficiente para cobrir completamente o disco do Sol, e uma borda ou anel de luz permanecerá visível no céu. Este é um eclipse anular”, completou.
Segundo o professor, os eclipses solares acontecem em maior número. Em 2024, por exemplo, no dia 08 de abril um eclipse total deve ser visto em parte da Europa e em quase toda América do Norte. Em 02 de outubro, novamente um anular, poderá ser visto na América do Norte e em parte da América do Sul, mas não será visível em Goiás.
“Daqui da região de Goiânia, para o eclipse de hoje, teremos uma fração significativa de cobertura do Sol, estimada em aproximadamente 60%, ou seja, a Lua cobrirá cerca de 60% da superfície visível do Sol, o eclipse visto daqui será parcial, com duração total de 2h, 29min e 22s”, afirmou.
O início, segundo o especialista, será às 15h 25min e 16s, enquanto o máximo, quando a cobertura chegará a 60% será às 16h 45min e 12. O fim está previsto para 17h 54min e 38s.
De acordo com o professor Manoel Júnior, em hipótese alguma é recomendado olhar para o Sol sem os filtros solares adequados, pois, além da luz visível, a estrela emite outros tipos de radiação, como o ultravioleta e o infravermelho, que não são bloqueados por qualquer tipo de filtro e, assim, podem atingir a retina e causar danos permanentes.
“Para visualizar o eclipse anular com segurança, use óculos para eclipse solar certificados em conformidade com ISO-12312-2 ou use um visualizador solar portátil. Os eclipses também podem ser visualizados indiretamente usando um projetor “pinhole”, como um furo feito em um cartão”, explicou.
“A maneira correta de usá-los é ficar de costas para o sol e segurar o cartão. O “pinhole” projeta uma imagem do Sol no solo ou em outras superfícies. Mas nunca olhe para o Sol enquanto o vê desta forma e não olhe diretamente para ele através do orifício”, continua.
Ainda segundo Manoel, outros projetores “pinhole” que podem ser úteis são os escorredores de macarrão, chapéus de palha ou qualquer objeto com pequenos furos. “Os pequenos buracos refletirão o crescente do Sol durante um eclipse parcial ou um anel durante o eclipse anular”, afirmou.
“Caso queira tentar capturar o eclipse por meio de imagens, deve-se garantir que sua câmera tenha um filtro solar protetor e ter um tripé para evitar que a imagem do anel de fogo fique borrada à medida que o céu escurece. Focar manualmente a câmera e alterar a exposição pode ajudar com a escuridão à medida que ela desce durante o evento”, concluiu.