O problema com enchentes na Avenida Amazílio Lino, na parte Central de Anápolis, não é recente e, segundo o consultor ambiental Antônio El Zayek, não deve ser resolvido com tanta facilidade. Em andamento, o Plano de Macrodrenagem Urbana tem o objetivo de acabar com os casos que são recorrentes no período chuvoso, entretanto, a solução pode não estar tão próxima.
Além de profissional especializado em meio ambiente, Zayek também é anapolino e acompanhou a evolução da cidade ao longo dos anos. Ele conta que a região onde a via está situada já passou por outros episódios de risco, especialmente na década de 50.
“Não tem jeito da gente falar que a enchente não vai acontecer. Em 1958 a minha tia era casada com Daniel, filho do Amazilio Lino, que era dono daquela área. Eles eram casados e moravam na beira no córrego e a chuva levavam tudo que eles tinham”, relembrou.
O grande problema da cidade é que ela foi construída, inicialmente, em área de fundo de vale. Essa é uma região baixa que forma uma calha, recebendo recebe a água proveniente de todo o entorno. Segundo o ambientalista, são três agravantes que contribuem para as enchentes na cidade.
“O primeiro agravante é a ocupação do fundo de vale, até o fórum de Anápolis está dentro do fundo de vale, o segundo agravante é a impermeabilização do solo, a gente ocupando tudo, terceiro agravante chuvas de alto volume”, explicou.
Para resolver as inundações na Amazílio Lino, o consultor ambiental indicou que a prefeitura deve começar os trabalhos pelos pontos que levam a água até o local. A primeira ação, que já está sendo executada, é a instalação de jardins de chuva na parte alta da Avenida Brasil, para que assim, a água seja drenada para o lençol freático antes que chegue ao ponto crítico e cause destruição.
A chuva, especialmente no último ano, foi violenta em Anápolis, o que causou até mesmo mortes de moradores por conta das inundações, além dos inúmeros danos materiais. A lembrança causa preocupação entre os anapolinos com o período úmido que se aproxima, entretanto, Zayek relata que não há como adiantar se a situação irá se repetir.
As ações previstas no plano já começaram a ser executadas, mas o profissional explica que não há como assegurar se os episódios do passado vão se repetir nesta próxima época chuvosa. “Ninguém consegue dizer que se a gente receber uma chuva de 100mm esse ano, que a gente não terá risco de ser alagada, não tem jeito de falar isso”, detalhou.