A descoberta do centro terapêutico Amparo pela Polícia Civil, que funcionava de maneira clandestina em Anápolis, com denúncias contundentes de maus-tratos dos internos, tem gerado reações de diferentes setores. Na sessão de terça-feira, 5, a presidente da Comissão de Saúde, Saneamento e da Mulher da Câmara Municipal, vereadora Andreia Rezende (Solidariedade), informou que o colegiado irá visitar as comunidades terapêuticas da cidade, para observar as condições de atuação e funcionamento dessas entidades.
A vereadora confirmou que a ação é motivada pelo fato que considerou “lamentável e estarrecedor”. Na primeira unidade da Amparo, desarticulada na semana passada, pelo menos 50 idosos eram mantidos em cárcere privado, sem assistência médica adequada e com pouca alimentação. Havia também dependentes químicos e pessoas com deficiência intelectual entre os internos. O casal responsável pelo centro terapêutico, Klaus Júnior e Suelen, foi preso.
“Sabemos do compromisso dos representantes públicos em acompanhar as demandas e a nossa responsabilidade, como vereadores, em fiscalizar todos os setores”, disse Andreia Rezende. Segundo ela, o objetivo das inspeções é conhecer a realidade das comunidades terapêuticas. “Inclusive para valorizar aquelas instituições que atuam de maneira correta, séria, e que fazem um excelente trabalho”, completou.
A vereadora afirmou que se forem constatadas irregularidades em algum local visitado, caberá à Comissão de Saúde, Saneamento e da Mulher fazer a denúncia ao órgão competente.
O vereador João da Luz (PSC) também falou sobre o assunto na tribuna, manifestando apoio às comunidades terapêuticas que prestam um trabalho sério em Anápolis e por isso não podem ter a imagem atingida por um estabelecimento clandestino.
João da Luz apoiou a proposta da vereadora Andreia Rezende de dar início a visitas às comunidades terapêuticas de Anápolis, fiscalizando e também ressaltando aquelas que realizam um serviço importante para a população.
João disse que pedia publicamente um socorro, levado até ele por uma mãe de um jovem de 15 anos que hoje é dependente químico. “Ela não está encontrando um local onde ele possa ser acolhido, para que dê início, de forma voluntária, à recuperação do vício”, destacou.
“Essa mãe me procurou e fui atrás de conselheiros tutelares e da secretária Eerizania [Freitas, da Integração Social]. A informação é que não temos em Anápolis uma casa de recuperação de jovens que queiram sair do vício”, completou o vereador, pedindo que a rede de proteção se atente a essa questão.
Ainda sobre a imagem das comunidades terapêuticas sérias, João da Luz disse que pretende realizar sessão solene para aplaudi-las em plenário, já que foi autor de projeto que se transformou na lei 3.993/2018, instituindo no calendário oficial da cidade o Dia Municipal das Comunidades Terapêuticas Antônio Clécio Pereira.
João da Luz também parabenizou o prefeito Roberto Naves (PP) pela manutenção de termos de fomento que garantem ajuda financeira para entidades do terceiro setor de Anápolis.