O governador Ronaldo Caiado (UB), em visita a Anápolis nesta terça-feira (16), classificou como ‘irresponsabilidade’ o projeto inicial do Aeroporto de Cargas, que penalizou o Ribeirão Extrema. O curso d’água passa nas proximidades da estrutura e foi castigado por desvios realizados pela obra. Segundo Caiado, o cenário hoje é de ‘cortar o coração’.
O erro no planejamento erodiu a cabeceira da pista, comprometeu a continuidade da obra e ainda trouxe prejuízos ainda irreparáveis para o ribeirão.
“(Da forma como está) O Ribeirão Extrema corta meu coração toda vez que passo por aqui. Já iniciamos esse trabalho e realizamos várias alterações, concretamos, desviamos o curso da água, mas é impressionante a irresponsabilidade com qual essa obra foi feita. Até a água da pista, quando chove e desce para o rumo do rio, provoca erosões, pois a terra é muito arenosa, e grande o número de erosões que aparece a cada chuva e que temos que contornar”, disse.
O governador frisou que enxerga todos os danos ambientais como uma irresponsabilidade da gestão anterior. Caiado alega que não houve comprometimento com o planejamento.
“É algo que preocupamos, pois imaginamos a total insensibilidade e irresponsabilidade ao se projetar uma pista como aquela, sem ter o compromisso de dar segurança para aquilo fundamental para a nossa cidade de Anápolis. Faltou o respeito as nascentes e na captação de água”, pontuou Caiado.
O governador ainda disse que as pessoas envolvidas deveriam ser punidas pelo prejuízo ao Extrema. Ainda reforçou que todos os gastos extras para contenção das erosões foram custeados com o Tesouro do Estado.
“As pessoas deveriam pagar uma multa ou serem penalizadas pela irresponsabilidade em não terem planejado isso. E hoje temos que tirar dinheiro do Tesouro, para poder bancar uma obra errada por falta de um projeto executivo que imaginaria tais acontecimentos”, asseverou.
O Extrema é um dos principais afluentes do Rio Caldas, um dos mananciais que abastece Anápolis. Uma obra que começou em agosto do ano passado indica cobertura vegetal nas laterais da pista e recuperação da voçoroca que vem comprometendo a cabeceira.
Ainda em relação ao projeto da Goinfra, o novo sistema de drenagem do aeroporto de cargas de Anápolis foi concebido para mitigar e evitar a formação de erosões no terreno natural e assoreamento do Ribeirão Extrema.
O secretário de Infraestrutura, Pedro Sales, explicou que além dos R$ 237 milhões já gastos, o Estado estima em, pelo menos, mais R$ 180 milhões o recurso necessário a ser investido para dar condições mínimas de operabilidade à estrutura. Em andamento neste momento está a obra de um canal de drenagem, orçado em R$ 20 milhões. Sales detalhou o que ainda falta ser feito no local.
"Ainda faltam os canais de drenagem laterais, que nem começaram. Mais o que seriam R$ 200 milhões para ligar com a pista do Daia, terminar o sítio aeroportuário, colocar os terminais e arrumar os defeitos da pista”, destacou.