"Jean-Luc Godard morreu pacificamente em casa, cercado pelos seus entes queridos", disseram a esposa do cineasta, Anne-Marie Mieville, e seus produtores em comunicado publicado por vários veículos de imprensa da França. O corpo de Godard será cremado e não haverá nenhuma cerimônia oficial.
"Jean-Luc Godard, o cineasta mais iconoclasta da Nouvelle Vague, inventou uma arte resolutamente moderna, intensamente livre. Estamos perdendo um tesouro nacional, um olhar de gênio", tuitou o presidente da França, Emmanuel Macron.
Nascido em Paris em 1930, Godard cresceu e se educou em Nyon, às margens do lago Genebra, na Suíça. Após se mudar de volta para a França em 1949 para completar seus estudos.
Conhecido por uma filmografia radical e politicamente ativa, Godard esteve entre os diretores mais aclamados de sua geração com filmes clássicos como Acossado (À bout de souffle), que o lançou para o cenário mundial em 1960. O filme seguiu a história de uma jovem americana em Paris, interpretada pela atriz Jean Seberg, e seu caso condenado com um jovem rebelde em fuga, interpretado por Jean-Paul Belmondo.
Esse filme, que marcou sua estreia cinematográfica, revolucionou o cinema popular e logo colocou Godard como um diretores mais vitais e provocadores do mundo. Afinal, ele reescreveu regras para câmera, som e narrativa. Soube também ser controverso, como quando seu longa Je Vous Salue, Marie (1985) foi rejeitado pelo Papa João Paulo II - o filme chegou a ser proibido no Brasil. Mas Godard também fez uma série de filmes com carga política e experimental, que intrigavam seus fãs e críticos.
No Brasil, a Legião Urbana, inspirou-se nele durante a composição "Eduardo e Mônica". "O Eduardo queria uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard", escreveu Renato Russo.